1. Eis o crudelíssimo foco da actualidade nos últimos dias: as igrejas estão a arder e os cristãos não param de morrer.
E o mais arrepiante é que tudo resulta de uma medonha combinação entre a perseguição e o abandono.2. O caso de Notre-Dame parece ser, para já, uma excepção. Ter-se-á tratado de um acidente.
Mas é um acidente com uma trágica carga simbólica.
3. À primeira vista, aquelas chamas parecem reduzir a cinzas o que resta de um ocidente que, há muito, vai dando sinais de já não crer.
Neste caso, terá sido um curto-circuito eléctrico. Mas nos outros casos, é uma flamejante «combustão» provocada pela hostilidade de muitos e pela indiferença de tantos.
4. Pouco tempo antes do incêndio de Notre-Dame, só numa semana doze templos foram atacados em localidades tão diferentes como Nimes, Dijon ou Lavaus.
Causa extremos de repugnância rastrear algumas das infâmias cometidas. Vandalizaram uma Cruz com excrementos humanos, esventraram um sacrário vazando as hóstias no lixo, torceram o braço de um Cristo, etc.
5. Em média, duas igrejas são profanadas – todos os dias – na França. Por sua vez, na Alemanha, quatro igrejas foram desonradas só em Março.
Neste último país, também não faltam ataques a cruzes, a estátuas sagradas e até a cemitérios.
6. Por toda a Europa, há igrejas onde não hesitam sequer em defecar no seu interior.
Na França, ao longo de 2018, foram registados 1063 ataques a templos e a símbolos cristãos.
7. Acontece que a maior parte destes edifícios deixaram de ser frequentados.
Estão, pois, abandonados e, por isso, expostos ao pasto de ódios de toda a espécie.
8. Mas o que aconteceu no Sri Lanka ultrapassa todos os limites da barbárie. Foi uma autêntica «matança de Páscoa».
Os mortos foram às centenas e os feridos aos milhares. O seu crime? Serem cristãos. Já no ano passado, mais de 4300 cristãos tinham sido assassinados em todo o mundo.
9. Quando passaremos uma «certidão de óbito» a tanto ódio?
Há, entretanto, um sinal alentador que vem dos escombros de Notre-Dame: o altar e a Cruz ficaram intactos
10. É, pois, com Cristo – presente no altar e na cruz de tantas vidas – que havemos de reconstruir o que tem sido impiedosamente destroçado.
Aqueles jovens, em Paris, de joelhos no chão – em lacrimosa oração – já o perceberam. A hora de provação terá de ser também aurora de renovação!
Autor: João Teixeira
Para quando o óbito do ódio?
DM
30 abril 2019