Em Portugal existe uma tendência cada vez maior para a ocorrência de fenómenos climáticos extremos, sendo que, devemos dar atenção especial às ondas de calor e à insolação.
Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), Portugal é um dos países europeus vulneráveis às alterações climáticas e aos fenómenos extremos tendo em conta a sua localização geográfica.
A exposição a períodos de calor intenso durante vários dias consecutivos, podem traduzir-se em complicações de saúde graves, podendo conduzir à desidratação, a um esgotamento (cansaço, fraqueza, náuseas, vómitos, caibras musculares, pele fria e húmida, palidez, pulso rápido e fraco e dor de cabeça) ou a um golpe de calor (perda de consciência, pulso rápido e forte, febre alta, dores de cabeça, tonturas, confusão, contrações musculares e pele vermelha).
Estas situações levam a um aumento do número de episódios de urgência hospitalar e mortalidade, principalmente para crianças nos primeiros anos de vida, obesos, doentes psiquiátricos, pessoas acamadas, idosos e portadores de doenças crónicas, nomeadamente doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes, alcoolismo e doentes oncológicos. A DGS promove a implementação, desde 2004, de Planos de Contingência com o objetivo de minimizar os potenciais efeitos do calor intenso na saúde da população.
Para prevenir os efeitos do calor intenso recomendam-se os seguintes cuidados:
- Evite exposição solar direta, especialmente entre as 11h e as 17h.
- Aumente a ingestão de água, ou sumos naturais sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede em particular as crianças, os idosos e os doentes.
- Faça refeições ligeiras e frequentes evitando refeições pesadas e condimentadas.
- Evite esforços físicos e repouse em locais à sombra, frescos e arejados.
- Use roupa leve e fresca de preferência de algodão e utilize chapéu e óculos de sol.
A insolação é uma situação comum causada pela exposição excessiva ao sol e ao calor intenso, onde os mecanismos habituais que o organismo tem para arrefecer o corpo falham. Esta pode ocorrer se a temperatura corporal atingir, em média, os 40ºC, e requer cuidados médicos imediatos pois, se não for tratada, pode provocar danos graves em órgãos vitais. Quanto mais tempo adiar o tratamento, maiores serão as complicações adversas e pode ser fatal.
Os primeiros sintomas de insolação são as dores de cabeça, pele quente e seca, temperatura elevada, tontura, náusea, cansaço, confusão mental e distúrbios visuais. Dependendo do tempo de exposição ao sol, os sintomas podem ser mais graves como por exemplo, uma respiração rápida e difícil.
Existem vários fatores de risco a ter em conta, tais como:
- A idade (a capacidade de regular o calor excessivo depende muito do desempenho eficaz do sistema nervoso central).
- A desidratação (a ingestão insuficiente de líquidos faz com que os fluidos perdidos através da transpiração não sejam substituídos).
- A prática de exercício físico intenso (seja qual for o tipo de desporto atenção, não praticar quando estão temperaturas elevadas).
- O vestuário demasiado quente (impede que o suor evapore facilmente, arrefecendo o corpo.
- O consumo de bebidas alcoólicas (afeta a capacidade que o corpo tem de regular a temperatura).
Perante uma situação de insolação deve recorrer a um serviço de urgência imediatamente, enquanto aguarda cuidados especializados, siga as seguintes orientações: coloque a pessoa num local fresco e com sombra; remova o vestuário em excesso; arrefeça a pessoa levando-a a tomar um duche com água fria ou usando toalhas humedecidas em água fria colocando nas zonas do pescoço, testa, axilas e virilhas; dar líquidos a beber de preferência água ou bebidas energéticas.
Autor: Luís Peixoto
Ondas de calor e insolação
DM
16 agosto 2019