1. Na mensagem para o XXVIII Dia Mundial do Doente, que se celebra no próximo dia 11, o Papa Francisco lembra que o doente é uma pessoa. «Queridos profissionais da saúde, escreve, qualquer intervenção diagnóstica, preventiva, terapêutica, de pesquisa, tratamento e reabilitação há de ter por objetivo a pessoa doente, onde o substantivo ‘pessoa’ venha sempre antes do adjetivo ‘doente’».
A doença não priva o doente da dignidade de ser humano. Um ser humano mais fragilizado. Por isso, merecedor de atenções especiais. É um ser humano e não um objeto qualquer.
2. Como ser humano fragilizado que é, o doente deve ser tratado com humanidade. Com carinho.
Lê-se na referida mensagem:
«Nota-se, por vezes, carência de humanidade, pelo que se revela necessário, para uma cura humana integral, personalizar o contacto com a pessoa doente acrescentando a solicitude ao tratamento.
Na doença, a pessoa sente comprometidas não só a sua integridade física, mas também as várias dimensões da sua vida relacional, intelectiva, afetiva, espiritual; e por isso, além das terapias, espera amparo, solicitude, atenção, em suma, amor».
Há duas formas de aplicar uma injeção a um doente: executar o tratamento com perfeição técnica, uma; além disso, ter para com o paciente gestos de solidariedade, outra. À frieza da técnica há que acrescentar o calor humano.
3. O Papa dedica particular atenção aos profissionais de saúde. Convida-os a estarem ao serviço da vida do ser humano em todas as circunstâncias.
Lê-se na referida mensagem: «a vossa ação tenha em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos de natureza eutanásica, de suicídio assistido ou supressão da vida, nem mesmo se for irreversível o estado da doença.
Quando vos defrontais com os limites e possível fracasso da própria ciência médica perante casos clínicos cada vez mais problemáticos e diagnósticos funestos, sois chamados a abrir-vos à dimensão transcendente, que vos pode oferecer o sentido pleno da vossa profissão.
Lembremo-nos de que a vida é sacra e pertence a Deus, sendo por conseguinte inviolável e indisponível.
A vida há de ser acolhida, tutelada, respeitada e servida desde o seu início até à morte: exigem-no simultaneamente tanto a razão como a fé em Deus, autor da vida.
Em certos casos, a objeção de consciência deverá tornar-se a vossa opção necessária, para permanecerdes coerentes com este ‘sim’ à vida e à pessoa.
Em todo o caso, o vosso profissionalismo, animado pela caridade cristã, será o melhor serviço ao verdadeiro direito humano: o direito à vida.
Quando não puderdes curar, podereis sempre cuidar com gestos e procedimentos que proporcionem amparo e alívio ao doente».
4. Quase no fim da mensagem o Papa afirma pensar «em tantos irmãos e irmãs de todo o mundo sem possibilidades de acesso aos cuidados médicos, porque vivem na pobreza.
Por isso, acrescenta, dirijo-me às instituições sanitárias e aos governos de todos os países do mundo, pedindo-lhes que não sobreponham o aspeto económico ao da justiça social.
Faço votos de que, conciliando os princípios de solidariedade e subsidiariedade, se coopere para que todos tenham acesso a cuidados médicos adequados para salvaguardar e restabelecer a saúde».
5. A celebração do Dia Mundial do Doente dá ensejo a manifestar um sentimento de gratidão a todos os que se dedicam ao cuidado dos doentes, ora como profissionais ora como voluntários.
No seu dia a dia são o bom samaritano (Lucas 10, 29-37) e põem em prática, muitas vezes não sem pequeno sacrifício e suportando incompreensões, as obras de misericórdia.
Muito obrigado.
Autor: Silva Araújo