E somemos a estes o Irão que há muito vem enriquecendo o urânio. E os outros povos do mundo que querem viver em paz, na harmonia e concórdia uns com os outros, estão impotentes, receosos e com razão, perante estes senhores. Não são os americanos, russos, ou coreanos, enquanto povo que querem a guerra. São os seus presidentes. Os povos sempre gostaram de viver em paz, os seus chefes sempre amaram a guerra como expressão do seu poder pessoal.
Toda a arquitetura social que conhecemos, e queremos preservar, pode ser abalada por qualquer deles, tanto por iniciativa própria, como por retaliação; basta que um carregue no botão fatídico e o mundo entra em época nuclear. Estamos em perigo porque estes senhores não entendem que a dignidade do homem é o seu feudo onde cada um ali se sinta, com a dignidade de quem se senta num trono. A dignidade individual é um pódio onde se celebra o rito da soberania do ser. Isto passa também pelo compromisso para com o ambiente.
Respeitar a Terra é dar a todos o benefício da vida. Ora sabemos bem quanto o presidente da América despreza a preservação da natureza; não acredita na poluição, não acredita no degelo nem quer saber das suas consequências. Acredita na indústria pesada que atira para o ar, que é de nós todos e não só da América ou da China, toneladas de dióxido de carbono que nos hão-de matar. Por sua vez, o querido líder da Coreia do Norte, acredita no poder nuclear: desafia a ordem internacional cada vez com mais descaramento; os seus foguetões de médio ou longo alcance e quejandos, disparados nas barbas de todo o mundo, assumem-se como completo desprezo pelas normas internacionais.
Para ele nada vale a não ser o atómico. Garnisé que se empertiga como galo, é medo que se torna coragem. Tenho medo deste medo. Putin, o novo Czar da Rússia, tem o sonho e a ambição de restaurar as velhas repúblicas socialistas soviéticas; por isso vai invadindo aqui e acolá, anexando onde pode, mirando países e territórios, independentes hoje, mas ex-soviéticos dantes, com olhos cobiçosos: passo a passo, sorrateiramente como caçador furtivo e paciente como ele, vai alimentando e perseguindo o velho sonho de restaurar o império que Mickail Gorbatchov desmembrou com a perestroika e o glasnost.
O jihadismo e o daesh, este, e as explosões provocadas pelos camicases do islão, são males grandes e repugnantes, ninguém o nega ou absolve, mas comparados com uma era nuclear são meninos de coro mal comportados. Um tem uma escala de centenas de vítimas, outro assume-se como um holocausto civilizacional. E a Europa está de joelhos perante tudo isto. Está de gatas porque não tem um líder que leve o velho mundo a pôr-se de pé perante estas loucuras. Está muito entretida a discutir décimas acima de três por cento dos orçamentos de alguns países! Não de todos só dos mais pequenos.
Autor: Paulo Fafe