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Novo 25 de Abril: Solução da Crise na U.E. é “Ovo de Colombo”

2012: a União Europeia tinha cerca de 508 milhões de cidadãos (Eurostat). O orçamento da UE é €145.000 milhões (2015). A UE tem cerca de 122 milhões de pobres (Jornal Económico, 29/11/16). “Ovo de Colombo”? Distribuir €3 milhões por cada 1 dos €508 milhões de cidadãos. Custo aproximado: +ou- €1.524 milhões. I.e., 1,05% do Orçamento da UE acabaria de imediato com a pobreza e iria incentivar o aumento da poupança e consumo de produtos na UE e no mundo. Os números são aproximados: já aumentou a população, mas também o orçamento.

A proposta não discriminaria o rendimento individual, de modo a poupar milhões de € em trabalhos burocráticos. Com algumas condições: cada 1 dos receptores do dinheiro teria que se contratualizar, nos casos aplicáveis, a não abandonar o seu posto de trabalho produtivo por um período X. Caso contrário, teria que devolver o dinheiro. Não faltarão ilustres economistas e gestores a dizer que “esta ideia não tem aplicação prática” ou “assim também eu”!

Recordo a história do “Ovo de Colombo”: diz-se que Colón durante um banquete em homenagem à “descoberta da América pela Europa”, organizado pelo Cardeal Mendonza, foi questionado se acreditava que outra pessoa poderia ter feito o mesmo? Foi aí que Colón desafiou os presentes a colocar um ovo fresco em pé. Quase todos aceitaram, mas ninguém conseguiu concretizar.

Colón então mostrou a solução: bateu de leve o ovo contra a mesa e quebrou um pouco a casca numa das pontas, assim o ovo ficou de pé! Logo um dos cortesãos exclamou: “fácil!” E logo de seguida também Colón: “de facto qualquer um consegue fazê-lo, ou quase todos, mas a ninguém lhe ocorreu!” Para “descobrir a América” alguém teve que concretizar. Provavelmente Colón não foi inclusive o primeiro europeu a chegar à América, mas foi o primeiro de forma “colonial”.

Historiadores diversos atribuem antes esta história ao arquitecto italiano Brunelleschi ou ao construtor italiano Torriano e, já no Séc. XX, liga-se ao genial Tesla pelo motor de indução eléctrico. Pense-se: o jornal Público de 14/10/16, tinha por título, “Portugal é o segundo país da UE que recebeu mais fundos comunitários”. O 1º era o Reino Unido (!). Se deste dinheiro se tivesse dado, nem que fosse €1 milhão a cada português, uma percentagem minúscula, o problema da pobreza em Portugal estava resolvido.

E ainda: nova ponte do Porto-Gaia custará €12 milhões (Expresso, 12/4/18), o que desde logo é mentira, pois no final será muito mais, bem sabendo todos que face à ofensiva legislação da responsabilidade financeira pública portuguesa, ninguém irá preso, ao contrário do que aconteceria em muitos outros países do mundo.

Os lucros irão para algumas mãos privadas, os prejuízos para os contribuintes honestos. €12 milhões de euros distribuídos pelos portugueses resolveriam muitos mais problemas do que esta “nova ponte”.

Na gestão dos dinheiros públicos, cuja pobreza a Troika acentuou contra as suas “boas intenções”, continua a dominar o capitalismo selvagem: veja a “Lei Cristas do arrendamento” que colocou doentes, velhos e mais pobres na rua das grandes cidades ou a sofreguidão de transformar universidades e politécnicos públicos em fundações de direito privado, violando o Interesse Público e até prevendo o aumento das propinas.

A Troika tal qual como foi implantada em Portugal constituiu uma corrupção social, castigando os mais fracos. O corte de salários em Portugal, não apenas dos funcionários públicos, é o maior acto de corrupção da democracia Portuguesa. Pois, é precisamente através duma política de bons salários que melhor se distribui a riqueza pela população.

Mais directo ainda seria a distribuição directa dos dinheiros: se Portugal recebe mais de €10 milhões da UE por dia, então bastavam 3 dias para resolver o problema da pobreza em Portugal que já atinge a classe média. Não sou comunista, mas sou cristão e, sem misturar política com religião, vejo simples a solução.


Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira
DM

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27 abril 2018