A propósito do assunto na ordem do dia – corona vírus - e suas consequências nas diferentes áreas do desporto, adorei a resposta de Jürgen Klopp a um jornalista que lhe pediu opinião - “Porque me pergunta isso a mim? Nesse caso, como noutros, não deve importar o que dizem pessoas famosas, mas sem conhecimento”. Entendo que este diálogo deveria integrar cursos de jornalismo, pois assim evitar-se-iam questões descontextualizadas e diminuíram, substancialmente, convites para programas, que se querem (in)formativos, a pessoas sem qualificações.
Por falar em qualificações, o SC Braga mantém-se na vanguarda no que à transferência de treinadores respeita. Agora transferimos adjuntos com o 2⁰ nível apenas. O preço, 10 milhões e 155 mil euros, só não pode, ainda, ser considerado o negócio do século porque, desportivamente, pode custar ao clube o apuramento direto para a fase de grupos da Liga Europa. Mas, na Roma portuguesa, mostramos ser crentes e coerentes e, por isso, promoveu-se agora o Custódio - dos sub 17 - apenas com o 1⁰ nível a responsável máximo. A correr mal, o que temo possa acontecer, Custódio deixará de ser o herói que nos levou a Dublin para ser apenas o mister que "estragou" o que R. Amorim, de bom, fez. Aqui fica a promessa que mesmo correndo mal, para mim, Custódio será sempre quem nos levou a Dublin. Ao Rúben Amorim desejo felicidades, mas que este ano fique em 5º lugar atrás, também, do Famalicão.
Se o final da época nos correr bem, acredito que a administração de quem perder o campeonato possa aparecer por cá para conversar sobre uma possível transferência do nosso treinador. Mas se com o 2⁰ nível transferimos por 10 milhões e uns trocos, o Custódio, com 1⁰ nível apenas, será mais caro porque a margem de progressão - até ao 4⁰ nível - é superior. A minha única dúvida - a acontecer essa transferência - é se a nossa aposta para a próxima época será no treinador da equipa de sub 15 ou de sub 13.
Mudando de assunto, desde o aparecimento do VAR que as emoções na bancada já não são o que eram. Eu, por exemplo, deixei de festejar golos e dei comigo a festejar bolas ao centro dos adversários. Já o tempo de decisão sobre fora de jogo, então, dá para ir ao bar ou ao WC e voltar a tempo do recomeço do encontro. Já Einstein falava da sua relatividade, mas até este tempo medido a régua, esquadro, transferidor e com equações que só a geometria descritiva explica, vai voltar a parecer ínfimo, se comparado com o que vai demorar a decisão sobre o outro “fora de jogo” - da Autoridade Tributária e do Departamento Central Investigação de Ação Penal – com buscas em inúmeros clubes. A não ser que, e uma vez que todos (presidentes, administradores, empresários e afins) afirmaram aos jornalistas – e aos inspetores – a sua completa disponibilidade para colaborar na investigação, o processo, apesar de lentidão da nossa justiça e das constantes fugas de informação, se venha a decidir num ápice e se descubra afinal, que os culpados são, obviamente, os apanha-bolas.
Autor: Carlos Mangas