Vivemos o mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, pleno de significado e de concorrência. Refiro-me às diversas celebrações efetuadas nos templos cristãos e também nas ruas das cidades. Braga é uma das cidades onde esses acontecimentos atingem grande esplendor.
Não se trata apenas de atos exteriores, mas também de muita vivência e interioridade.
Recordámos os ramos de palmeira e oliveira que entraram nas igrejas e saíram nas procissões de Domingo de Ramos e, como auxílio espiritual, levámos para os domicílios.
A Semana Santa recorda-nos, de modo especial, o martírio do Salvador, Cristo, Filho de Deus. Sexta-feira Santa foi índice de atroz sofrimento de Cristo, condenado à morte por Pilatos, carregando pesada cruz até ao Calvário, onde foi crucificado. Durante três horas penou nesse estandarte, derramando todo o sangue do corpo, enquanto o céu se fechou em trevas. Foi também desse lugar elevado que pediu ao Pai perdão para os Seus carrascos, dizendo: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Pelas 15 horas exclamou: “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito”. E morreu.
O significado mais profundo do martírio de Cristo foi o da expiação dos pecados da humanidade, desde Adão e Eva até ao último ser humano que virá sobre a terra.
Não foi expiação dos Seus pecados, porque os não tinha: foi a expiação dos nossos, de todos os pecadores de todos os tempos. Por todos derramou o sangue até à última gota, quando Longuinhos lhe espetou a lança no peito, donde jorrou sangue e água.
A história da redenção não acabou aqui. O corpo de Cristo dormiu o sono da morte durante três dias, mas no terceiro levantou-se e ressurgiu com uma vida nova: ressuscitou. Está vivo. Permanece vivo. Durante 40 dias apareceu a muitos. Depois ocultou-se. Mas Ele está presente na história da humanidade e acompanha Seus irmãos na peregrinação desta vida.
Depois da Semana Santa celebramos a Páscoa da Ressurreição do Senhor. O povo cristão sempre soube interpretar e viver a vitória de Cristo ressuscitado. Verifica-se isso no troar do fogo de artifício e no tilintar das campainhas.
O mistério pascal é um apelo muito forte ao nosso amor e à nossa esperança. Não podemos viver tristes e acabrunhados. Cristo ressuscitou: também ressuscitaremos um dia. Deitemos para fora as vestes velhas dos pesadelos, defeitos e pecados. Sejamos homens novos. Ajudemos a criar e a viver um mundo novo. Com Cristo ressuscitado.
O COMBATE SINGULAR
Foi combate de grande envergadura
Aquele que houve na Paixão de Cristo.
Combate semelhante jamais visto,
Prenhe de ódio, furor, amargura.
Foi juízo infame, sem paralelo,
Testemunhas maldosas e compradas,
Escarros e injúrias e canadas,
Espinhos agudos, ímpio flagelo.
Um madeiro gigantesco e pesado,
Duros pregos em membros espetados,
Vinagre nos lábios imaculados.
Jesus, morto, foi depois sepultado.
A batalha finou: tudo acabou?!
Não. Jesus está vivo. RESSUSCITOU.
Autor: Manuel Fonseca