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«Maturidade e discernimento...»

Amaturidade é um estado de conhecimento, juízo, prudência e saber que se alcança e que possibilita orientar a própria psicologia de maneira positiva, permitindo-nos organizar a nossa vida pessoal de modo a que produza os resultados adequados. Os anos cronológicos, não garantem, por si sós, a maturidade psicológica, porque esta requer um extenso processo de formação, que nem sempre chega a um fim feliz. Assim, devemos apontar, como primeiro elemento indicativo de maturidade, a unificação, que consiste na organização da vida de acordo com motivos transcendentes. Isto significa capacidade para harmonizar as diversas componentes da personalidade e para integrar tendências e valores, de modo que todas as dimensões da pessoa se unifiquem à volta de um ideal determinado. Nesta perspetiva, o conhecimento próprio e a autocrítica são imprescindíveis para superar atitudes e circunstâncias que são causa de frequentes frustrações e que tornam mais difícil a relação com os outros. Conseguir a maturidade supõe ter adotado a medida certa da vida dando às coisas a importância relativa que elas têm: nem mais nem menos. A pessoa madura tem, por si própria normalmente, uma natural estima e respeito, sem precisar de grandes títulos externos. É a maturidade que dá à pessoa o peso necessário para a auto-estima. É o seu substrato prévio, porque a maturidade integra muitas virtudes: realismo, moderação, equilíbrio, objetividade, serenidade, prudência, responsabilidade, capacidade de análise, reflexão, controle da emotividade, capacidade de decisão, segurança, desprendimento, em suma, uma personalidade madura. Mas, para além da relação inter – pessoal, o homem é um ser social, sociável, aberto aos demais. Daí que, qualquer pessoa, os outros, são parte importante da sua vida. A sua realização plena como pessoa está, necessariamente, ligada aos outros, uma vez que a felicidade depende, em grande medida, da qualidade da nossa relação com as pessoas do nosso âmbito familiar, profissional, social, etc. Felicidade – maturidade, constituem um binómio, dificilmente separável. Mas não se pode perder de vista que cada pessoa não se relaciona apenas com os outros, mas também consigo mesma: mantém uma conversa frequente na sua própria interioridade, um diálogo espontâneo, ocasionado por vivências e reflexões pessoais que cada um faz continuamente. Esse diálogo interior pode ser estéril ou fecundo, destrutivo ou construtivo; obsessivo ou sereno. Depende do modo como é estabelecido e do tipo de pessoa de que se trata. Se possui um mundo interior sadio e bem cultivado, esse diálogo será esclarecedor, porque proporcionará a luz necessária para interpretar a realidade, proporcionando oportunidades de considerações muito valiosas. A relação consigo mesmo, melhora ao ritmo do grau de maturidade alcançado por cada pessoa. As avaliações que cada pessoa madura faz acerca de si própria, e da realidade alheia, costumam ser classificações realistas, porque aprendeu a não cair facilmente nessas idealizações ingénuas que, ao não serem concretizadas, produzem desencanto. A pessoa madura sabe não dramatizar perante os obstáculos, encontrados na concretização dos projetos que se propõe. Dialoga no seu interior de forma serena e objetiva, de modo que nem ela, nem os demais, se surpreenderão com os resultados. Mantém uma relação consigo própria simultaneamente cordial e exigente. Raramente cria conflitos interiores, porque sabe ultrapassar as suas preocupações, procurando a solução adequada. Possui autoconfiança e se alguma vez se engana não perde o equilíbrio interior. Nas pessoas imaturas, ao contrário, esse diálogo interior de que vimos falando, costuma converter-se numa fonte de problemas: o não valorizar as coisas na sua justa medida, faz com que, com frequência os seus pensamentos criem falsas expetativas que, ao não se realizarem, provocam conflitos interiores e dificuldades de relacionamento com os demais. Uma pessoa madura e equilibrada tende a ver sempre com afeto a própria vida e a dos outros. Contempla toda a realidade circundante com desejo de enriquecimento interior, porque quem vê com carinho, descobre sempre algo bom no objeto da sua visão. E ao dilatar e enriquecer o seu interior dessa maneira, dilata e enriquece o seu amor e o seu conhecimento, torna-se mais otimista, mais alegre, mais humana, mais próxima da realidade dos homens e das coisas. Esta sabedoria de viver com raízes na educação clássica greco-romana, foi imensamente enriquecida com a revelação cristã, que trouxe, além de profundos conhecimentos sobre o ser humano, um novo modelo – Jesus Cristo – e as forças necessárias para viver de acordo com o Modelo proposto.
Autor: Maria helena marques
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7 novembro 2017