Especialistas preocupados consideram que os nossos adolescentes vão herdar comportamentos e modelos altamente destrutivos e fragilizadores, em consequência das decisões ou opções que a geração de adultos hoje lhes impõe ou facilita, sob uma capa de pseudo liberdade ou de modelos de suposta ultramodernidade e politicamente correctos.
As liberdades e estímulos sexuais precoces fortemente introduzidos e permitidos na educação dos jovens, geraram transtornos afectivos, de personalidade e de comportamento social de risco, acrescendo ainda a transmissão de doenças sexuais, uso e abuso de recurso ao aborto, com consequentes mazelas ou traumas que inevitavelmente vão deixando marcas.
Constatam também que a depressão entre jovens atingiu máximos perfeitamente alarmantes, desde sofrimentos silenciosos, a falta de confiança e segurança em si mesmos, o afastamento em que alguns vivem, de uma outra realidade que não a virtual, a instabilidade emocional e consequente ausência de concentração nos estudos, baixo rendimento escolar e fuga para o isolamento ou recurso a aditivos.
Consumir bebidas alcoólicas aos fins-de-semana, nas festas ou noutras circunstâncias tornou-se tão banal que nem se reage, quer seja em meios académicos universitários, onde abundam as tendas com as mesmas, quer em qualquer outro evento, embora ousem colocar a advertência de beber com moderação, como se isso fosse possível ou desejável entre todos os que ali estão…
Para além dos comas alcoólicos e de outras tão tristes cenas que se vão vendo, há ainda o inevitável estrago que estas bebidas fortes provocam no organismo dos jovens que a elas recorrem.
Se fumar mata, também é totalmente falso que seja inofensivo fumar cannabis. Podem começar ocasionalmente por graça, mas logo se torna numa dependência, num aditivo cada vez mais obcecante, embora digam que não fumam tabaco, para se desculparem, ou porque estão convencidos de que é mais inofensivo, mas na realidade não é.
Ser adolescente hoje em dia não é fácil, tudo se conjuga para os atrair ao que lhes faz mal, mas será ainda pior se tiverem pais ausentes, que preferem ignorar ou minimizar algumas consequências em troca duma pseudo tranquilidade ou de uma suposta atitude de compreensão, tolerância e com menos rigidez.
Num mundo e numa sociedade onde os facilitismos são um convite à desordem, onde muitos responsáveis insistem freneticamente em impor comportamentos desumanos ou anti humanos, deixo um desafio aos pais e avós: recorrer ao bom senso e pensar por si próprios, sem se deixar influenciar pelo que ouvem ou lhe dizem estar de moda, para poder discernir e contribuir numa evolução sadia e equilibrada dos seus jovens herdeiros.
Autor: Michele Bonheur