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Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (1)

Nesta Terra de Santa Maria, onde a devoção profunda à Virgem Santíssima se fez sempre sentir, continua e continuará a estar no coração da grande maioria dos portugueses. O nosso país espelha, por toda a parte, a ternura da nossa gente a Maria com sumptuosos santuários, catedrais, ermidas e tantas outras manifestações que nos dão a visão clara da entrega, ao longo da história, à Virgem Santíssima.

De geração em geração, o amor a Maria, foi visível nas cidades e aldeias do continente, das ilhas e em todos os locais por onde os portugueses passaram. A História revela-nos tudo isso por todo um património que já falei, mas por tantos escritos, letras, músicas inspiradas no carinho tão sentido; em Cortes, elegendo oficialmente Maria como Padroeira, Rainha e Protetora de Portugal; reis a doarem a sua coroa, a pedirem a sua proteção nas batalhas… Enraizado amor filial à Mãe de Deus!

200 anos antes das aparições, a seis quilómetros da Cova da Iria, houve uma aparição a uma menina muda que ficou curada, sendo construída, nesse local, em 1758, uma capela que foi crescendo, sendo, neste momento, um modesto Santuário dedicado a Nossa Senhora da Ortiga (Urtiga), devido, com certeza, à sua imagem aparecer algumas vezes, após aquela visão da menina, no meio de urtigas. Há um número elevado de devotos da região que o frequentam durante o ano, sobretudo em julho, altura da sua romaria.

A igreja Matriz de Seiça, concelho de Ourém, alberga a linda imagem de Maria à qual o Santo Condestável veio rezar antes e depois da batalha (reza a Crónica que veio a partir do terceiro dia da vitória) com as forças de Castela. Transpondo a serra, no final da ladeira, encontramos a Senhora do Fetal, local de muitas peregrinações de terras circunvizinhas e de outras paragens mais afastadas. Nossa Senhora da Encarnação, padroeira de Leiria, que sempre foi venerada pelas gentes da região com uma fé e um amor inabaláveis.

A capela quinhentista da Senhora do Monte, perto da Batalha, encerra também uma passagem de uma Senhora que aparece a uma menina faminta que chorava, quando apascentava um rebanho, prometendo-lhe que encontraria em sua casa grande quantidade de pão para comer. Há uma grande devoção da gente do mar e do povo simples, mas foi escolhida, também, como madrinha dos poetas e de outras pessoas do mundo das letras. Não podia esquecer o Mosteiro da Batalha mandado construir por D. João I,

cumprindo a promessa que fez à Virgem, caso vencesse, em 1385, a Batalha de Aljubarrota, ficando como um símbolo de referência da Dinastia de Avis. Podíamos enumerar, na zona de Fátima e em tantos outros locais de Portugal e do mundo, incontáveis sinais miraculosos por intermédio de Nossa Senhora.

Fátima, apesar de todas as manifestações e devoções ao longo da história, mesmo à sua volta, encerra, em si, um grande mistério, sendo o altar de todas as gentes do mundo. É o altar escolhido por Maria para receber as nossas preces, os nossos anseios, as nossas alegrias, as nossas lágrimas, os nossos agradecimentos, os nossos desabafos… 

É um local de respeito, mesmo para aqueles que não acreditam. Os não crentes não podem pensar que são os iluminados. Os racionalistas usam a sua razão, mas há fenómenos que a própria razão desconhece, como é o caso do mistério de Fátima e de tudo quanto o rodeia. Admiro certos jornalistas, como é o caso de José Rodrigues dos Santos que se mantém totalmente isento no relato de qualquer acontecimento religioso, político... Admirei-o muito com a excelente cobertura que fez na visita do Papa Francisco a Fátima.

Infelizmente, nem todos são assim, aproveitando certos programas e certos locais para tentarem ridicularizar manifestações de fé e de crenças de todos nós. O respeito tem de ser mútuo e não podemos pensar que somos os donos da verdade. Quem pensa assim, é que está a entrar num campo deveras caricato…

 

Autor: Salvador de Sousa
DM

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25 maio 2017