Dizem até que o Sr. Pinto está a pensar substituí-lo mas a verdade é que os adeptos também querem que o senhor Pinto se substitua a si próprio. Até já lhe deixaram um recado nos muros da casa dele, para o caso de ele não ter ouvido bem os gritos no Dragão.
Já para o Benfica, o fim de semana foi de euforia. Numa época em que nenhuma equipa encheu o olho aos adeptos, o Benfica foi o menos mau e sagra-se um justo vencedor do campeonato com honrarias de horas e horas de transmissão televisiva. Nada que não seja habitual.
Em Braga, não se podendo festejar propriamente o quinto lugar, rimo-nos com a quantidade de bolas que entraram na baliza do Guimarães e rimo-nos daqueles que, à boca cheia, diziam que a equipa dos afonsinhos era a segunda equipa a jogar melhor futebol na primeira Liga. Coisas de rivalidades entre nós e equipas do outro lado do Picoto.
O melhor do fim de semana foi mesmo a conquista de um lugar na final da Taça de Portugal Feminina Allianz pela equipa bracarense (afinal vamos ao Jamor outra vez) e o minuto 72 do jogo entre o Braga e o já despromovido Nacional, de Deus, que também parece ter tido o azar dos outros dois parceiros da trindade divina. Foi neste minuto que percebemos que, apesar do avô Alan estar de chuteiras quase penduradas, há um Neto que promete dar-nos muitas alegrias. Pedro Neto revelou, além da qualidade técnica que há muito se comentava, uma maturidade inédita para sua idade, uma garra e uma segurança que dificilmente se encontram em miúdos de dezassete anos. Habemus esquerdino de topo.
Em tempo de eleições no Sporting de Braga, a campanha continua. Para uns, nos sítios certos, para outros em todo o lado. A procura da conquista de afetos faz-se todos os intervalos na Pedreira e, não fosse a indumentária, pensaríamos que durante todo o intervalo aqueceu sempre o mesmo jogador. Como dizia um sócio ao pé de mim: lembraste-te agora que nós existimos?
Eu chichorrobiei para o lado e secretamente senti-me vingada daquele autocolante que me deixaram no vidro do carro estacionado à porta do estádio, depois de mo terem tentado meter na mão à entrada do recinto e que, destruído pela chuva, se colou no vidro do carro como se tivesse supercola. Os sócios têm memória e não é só daquilo que parece interessar a alguns.
Autor: Ana Pereira