Desportivamente, estamos a viver dos melhores anos da história. Temos o melhor do Mundo em futebol, em futsal e até em futebol de praia. Houvesse neste momento mais modalidades futebolísticas e o caneco também era nosso!
Economicamente, vivemos dias de esperança e a retoma paira no ar. Não é à toa que se escolhe Lisboa para organizar o maior festival de empreendedorismo, tecnologia e inovação para 3 anos consecutivos. É a prova que temos aqui também um nicho importantíssimo no que diz respeito à tecnologia de ponta e novas formas e conceitos de intervenção no mercado global.
Religiosamente, recebemos em Fátima o Papa Francisco e, também ele, não ficou indiferente à atmosfera que o acolheu e à forma como grande parte da população portuguesa soube interpretar um silêncio que disse muito….
E para não faltar nada este ano tivemos acesso a um momento que, desde pequeno, julgava inimaginável. Se nos meus tempos de infância parava em frente ao televisor mal se começava a ouvir aquele hino tradicional da Eurovisão, sempre o vivi como um verdadeiro passatempo que, para além de nos ensinar as tradições e costumes dos vários países da Europa, nos dava um serão muito bem passado e divertido. Mas sabia-se que não havia a força para tentar alcançar a vitória em tão importante concurso. Talvez por isso o país se tenha desligado deste acontecimento. No entanto, com a aparição de um “Salvador” tudo foi diferente.
Embalados ainda pela felicidade de sermos recentemente os melhores em termos desportivos, e que nos fez acreditar como nação que afinal é possível ganhar mesmo não tendo a força económica de outros países, partimos para a aventura deste ano da Eurovisão com a alma cheia e com enormes expectativas em relação ao resultado final.
Termos a sorte de ter no nosso país talentos como os irmãos Sobral (uma vénia à Luísa Sobral pela criação da música e letra deste fenómeno mundial) mostra-nos que afinal podemos ser bons em muitas áreas. Aliás, dizer bons pode estar aquém daquilo que estou a idealizar. Podemos e somos em muitas coisas os MELHORES!
Temos as melhores praias, os melhores concertos, a melhor gastronomia. Temos aquela que é considerada das capitais mais “cool” da Europa. Temos o epicentro cultural no Norte aplaudido em todo o Mundo. Temos tudo aquilo que pode orgulhar uma nação.
E se para algumas agências de rating (mais importadas com objetivos financeiros do que com a alegria das pessoas) a nossa posição atinge uma avaliação com um nome pouco agradável, arrisco-me a dizer que, sem vergonha, temos o melhor LIXO do Mundo! Ninguém nos pode tirar este momento que é nosso e só nosso.
Usando aqui uma frase do Salvador para explicar a minha tese, a vida não é feita de foguetes ou fogo de artifício. É feita de sentimentos, de vivências e de coração.
Somos um país que inventou a Via Verde, o Multibanco e até o Papel Higiénico colorido. Temos das maiores construtoras espalhados por todo o Mundo. É da nossa responsabilidade a maior área pesqueira da Europa. Até a maior onda para surfar é nossa. A festejar bebemos dos melhores vinhos do planeta e vemos a nossa língua espalhada pelos 5 continentes.
Por isso, é muito bom andar por todo o Mundo e dizer, quase numa voz de fado, que É MUITO BOM SER PORTUGUÊS !!!
Autor: Ricardo Sousa