Finalmente o país apresenta sinais positivos na luta contra a Pandemia. O desconfinamento a conta gotas é um primeiro passo no caminho que todos desejamos e venha a ser de normalidade e retoma da vida ativa de todos nós. Temos agora um novo desafio, o de continuar a cumprir o uso de máscara, de distanciamento, de desinfeção das mãos, evitando ao mesmo tempo aglomerados, reuniões ou ajuntamentos.
Na verdade, cumprir estas regras é fundamental para continuarmos a ter esperança e ao mesmo tempo garantir que o país não vai ter de recuar no futuro. Estes longos meses de Covid-19, além da perda de vidas e sofrimento, contribuíram para o empobrecimento, perda de emprego, instabilidade social e económica que terão reflexos por muito tempo ainda. Se nos dizem que os testes são prioridade, sabemos que hoje a vacina é uma necessidade para conseguir as metas traçadas no controlo do vírus e garantir o caminho da normalidade que desejamos.
Por outro lado, o esforço do Governo tem reflexos no orçamento do país, vamos ter de suportar novos encargos, que são dívida a pagar, mas também enfrentar um conjunto de perdas resultantes da falta de exportação, da perda de turismo, da redução de consumo, já que internamente o país quase parou neste "confinamento" e estado de emergência tão longos como dramáticos. Finalmente, o regresso das crianças à escola é um momento particularmente feliz… o convívio, as brincadeiras e o recreio, são fundamentais nestas idades.
E o que dizer dos mais velhos? Por agora, muito pouco. Parece evidente serem uma preocupação para familiares e governo, mas também para as instituições que os querem receber de novo. Aqui uma palavra para os centros de dia: está na hora do governo e autarquias apoiarem as instituições sociais de solidariedade, as IPSS, nalguns casos cedendo espaços existentes e abandonados, que tão úteis podem ser para quem trabalha e merece colaboração de entidades públicas que gerem esses espaços, por vezes não só disponíveis como abandonados.
É evidente que a Administração pública continua a ser, nalguns casos, morosa, lenta, com burocracia excessiva, mesmo quando o país tem idosos confinados em casa, limitando à vida ativa dos familiares que anseiam que as instituições reabram espaços para os seus idosos. Está na hora do poder político se lembrar daqueles que se disponibilizaram para colaborar com incumbências que, afinal, competem constitucionalmente ao Estado. Já repararam que as Infraestruturas de Portugal mantém abandonadas, por exemplo, estações ferroviárias, que tão úteis seriam ao país neste momento?
Autor: J. Carlos Queiroz