Durante estes três anos o Papa propõe aos jovens uma reflexão sobre o comportamento de Maria de Nazaré. E sugere um tema para cada um desses anos. Neste ano de 2017, refletir sobre a fé de Maria, quando disse no Magnificat: «O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas» (Lucas 1, 49). Para 2018, a caridade com que a Virgem, cheia de coragem, acolheu o anúncio do anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus» (Lucas 1, 30). Para 2019, a resposta cheia de esperança dada por Maria ao anjo: «Eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra» (Lucas 1, 38 )
2. Da mensagem para este ano sublinho, particularmente, quatro propostas: a prática diária do exame de consciência, a atenção à Palavra de Deus, a vida em atitude eucarística, o valor dos idosos.
Transcrevo palavras do Papa:
Exame de consciência:
«No fim de cada dia, podemos deter-nos alguns minutos a lembrar os momentos belos, os desafios, o que correu bem e o que correu mal. Assim, diante de Deus e de nós mesmos, podemos manifestar os sentimentos de gratidão, arrependimento e entrega, inclusivamente – se quiserdes – anotando-os num caderno, uma espécie de diário espiritual. Isto significa rezar na vida, com a vida e sobre a vida, e ajudar-vos-á certamente a perceber melhor as maravilhas que o Senhor faz em favor de cada um de vós».
Atenção à Palavra de Deus:
«É fundamental que vos unais à tradição histórica e à oração daqueles que vos precederam. Daí a importância de conhecer bem a Bíblia, a Palavra de Deus, de a ler diariamente confrontando a vossa vida com ela, lendo os acontecimentos diários à luz daquilo que o Senhor vos diz nas Sagradas Escrituras».
Viver em atitude eucarística:
«Maria ensina-nos a viver numa atitude eucarística, ou seja, a dar graças, a cultivar o louvor, a não fixar-nos apenas nos problemas e dificuldades. Na dinâmica da vida, as súplicas de hoje tornar-se-ão motivos de agradecimento amanhã. Assim, a vossa participação na Santa Missa e os momentos em que celebrardes o sacramento da Reconciliação serão, simultaneamente, ápice e ponto de partida: as vossas vidas renovar-se-ão cada dia no perdão, tornando-se louvor perene ao Todo-poderoso».
Valor dos idosos:
«E vós, estais cientes da fonte extraordinária de riqueza que é o encontro entre os jovens e os idosos? Quanta importância dais aos idosos, aos vossos avós? Aspirais, justamente, a «levantar voo», levais no coração muitos sonhos, mas precisais da sabedoria e da visão dos idosos. Ao mesmo tempo que abris as asas ao vento, é importante descobrirdes as vossas raízes e recolherdes o testemunho das pessoas que vos precederam».
3. É um facto o afastamento de muitos jovens da Igreja. Para isso alertava o Papa Francisco no discurso que fez aos nossos bispos em 7 de setembro de 2015. «Não pode deixar de nos preocupar a todos, disse, esta debandada da juventude, que tem lugar precisamente na idade em que lhe é dado tomar as rédeas da vida nas suas mãos».
O Dia da Juventude pode ser motivo de reflexão para jovens e adultos.
Até que ponto nós, adultos, não seremos culpados do afastamento dos jovens? Que testemunho lhes damos? Que imagem de Igreja lhes apresentamos? Não nos teremos preocupado mais com o espetáculo do que com a formação? Não será porque não temos tido tempo para eles?
Que estamos a fazer para que regressem?
Que os jovens se interroguem sobre o que os afasta da Igreja. Se não estarão a ser influenciados por intelectualismos balofos, por uma ideia de Igreja que não corresponde à realidade, por críticas infundadas, pelo comodismo facilitista, por respeitos humanos? Terão sabido usar do seu sentido crítico?
Autor: Silva Araújo