MARADONA. Um minuto de silêncio mundial... Ainda que os Brasileiros digam que “Deus é Brasileiro” e por isso, digo-lhes sempre “então, Deus fala Português”! Condolências a Familiares e Amigos, ao Povo da Argentina, à América Latina, ao Mundo e Todos aqueles que aplaudem os génios, porque são os génios que nos fazem sonhar que somos mais do que os "pobres diabos", dos quais nos falava José Saramago. Dizia o único Prémio Nobel da Literatura em Língua Portuguesa (o tal que escrevia duma forma que o teria levado à reprovação na maior parte das “Escolas de prestígio”): “No fundo, no fundo, somos todos uns pobres diabos (…). Alguns somos uns pobres-diabos honestos, outros não. Pobres diabos que crêem que a vida que levam seja para muito poder, muita glória. E se parassem a pensar, talvez tomassem consciência…”? Ou, como Michel de Montaigne muito antes, frase da qual tomei consciência ainda em tenra idade na casa da minha Avó Materna Maria Aurora, colocada pelos meus irmãos: “por mais alto que estejamos sentados, estaremos sempre sentados sobre o nosso traseiro”. Ainda criança assisti ao Mundial de Futebol do México 1986. Vi quase todos os jogos em directo na TV. Observei bem a genialidade de Maradona a jogar futebol. Sem dúvida um fora de série que marcará para sempre a História. Isso ninguém lhe irá tirar apesar de se ter tornado em muitos aspectos uma vítima de si próprio ao se apegar às drogas, ao não ter reconhecido o golo com a mão e outros problemas pessoais que o tornavam como desequilibrado do ponto de vista social. Era um ser humano que estava em constante desadaptação, irrequieto, insatisfeito permanente, provocador intrépido, revolucionário existencial. Mas, ao mesmo tempo, carente de afectividade, desamparado, triste e deprimido, ansioso por ser amado pelas multidões. Incompreendido. Revolucionário, tendo por vezes como heróis o compatriota Ernesto Che Guevara ou o cubano Fidel Castro, o qual foi educado por Jesuítas. Não deixando de ser, em simultâneo, crente cristão profundo. Como fazia questão de constantemente evocar. Algo que tínhamos que assinalar aqui. Mas tal, o futebol, não nos deve nunca desviar dos problemas reais. Nomeadamente do cancro na Justiça Portuguesa que é a lentidão dos processos, de novo denunciada e condenada a nível europeu e internacional. Ou o facto de não termos na Procuradoria Europeia o candidato(a) que o Júri Internacional da União Europeia escolheu para fiscalizar os Fundos Europeus. Imaginem então outros casos de outros concursos públicos ocorridos em Portugal. Ainda vamos a tempo de falar sobre isso na Comunicação Social. Tudo depende até onde querem chegar? Muito bem, a Rádio Renascença também noticiou que há verbas obscuras no Orçamento de Portugal: “Desde o financiamento à TAP até às PPP, passando por custos inerentes à reprivatização do BPN, dez anos depois do facto consumado, são milhares de milhões de euros que Paulo de Morais e os restantes signatários desta carta querem que o ministro das Finanças justifique.”, 9/11/20, https://rr.sapo.pt/2020/11/09/economia/paulo-de-morais-e-outros-17-cidadaos-questionam-governo-sobre-despesas-incompreensiveis-no-oe-2021/noticia/214215/ . Então, não é Portugal que tem dificuldades na aprendizagem da matemática?! Boa ocasião então para pedirem a colaboração do Matemático Paulo Morais, aliás justo candidato ao Tribunal de Contas. Já hoje, por outro lado, podemos ler que foi travada a transferência de mais dinheiro para um poço sem fundo chamado “Novo Banco”. Aos anos que eu e muitos outros andamos a chamar a atenção para a situação vergonhosa dum banco que, em muitos casos, não todos, concedeu empréstimos a terceiras entidades a fundo perdido. Desde clubes de futebol até partidos políticos. Um verdadeiro processo vampiresco dos dinheiros públicos que tantos e tantos Portugueses pagaram com o máximo esforço pessoal e profissional ao nível dos impostos.
Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira