- 1. Afinal, somos cristãos porquê?
O que é que – verdadeiramente – nos faz pertencer à Igreja?
2. Há quem diga que vem à Igreja porque se sente bem. É um motivo estimável, mas será suficiente?
Há outros espaços onde nos sentimos bem. E quando nos sentimos mal, também não será importante vir à Igreja?
3. Não falta quem alegue vir à Igreja por causa de algumas actividades que ela promove. Neste sentido, costumam ser mencionados os convívios e até algumas diversões.
É outro factor respeitável. Mas está longe de tanger o específico. Não há nenhum mal no convívio e na diversão. Mas será preciso vir à Igreja para conviver e para dançar
4. Muitos dizem que participam na vida da Igreja para encontrar outras pessoas e para, deste modo, criar amizades.
Trata-se, sem dúvida, de mais uma razão digna de apreço. Mas eis que – de novo – não tocamos no âmago. O que não escasseiam são oportunidades para encontrar – e fazer – amigos.
5. Dir-se-á ainda que se vem à Igreja para pedir ajuda e receber protecção. E é verdade que Deus nunca nos nega ajuda e protecção.
Mas quando não recebemos (imediatamente) o que pedimos, a presença de Deus não será ainda mais necessária
6. É tempo de compreender que quem nos faz cristãos é Cristo.
O que nos traz à Igreja é acreditar que ela é o Seu corpo.
7. Por conseguinte, estamos na Igreja por Cristo. Ela é a casa da causa de Cristo.
É na Igreja que O experimentamos de uma forma única, sem paralelo com outras experiências.
8. Na Igreja, temos acesso à presença real de Cristo e não apenas à sua recordação histórica.
Na Igreja, não confessamos apenas que «Cristo viveu». Na Igreja, testemunhamos que «Cristo está vivo».
9. É este o «mistério da fé» que, em cada dia, se actualiza na Eucaristia. É por isso que sem Eucaristia não há Igreja porque não há encontro real com Cristo.
Daí que presumir pertencer à Igreja sem participar na Eucaristia seja um monumental contra-senso e uma completa impossibilidade. É na Eucaristia que a Igreja nos oferece o Cristo real, isto é, o Cristo total: divino e humano.
10. Sem esta experiência vital do Cristo real, não é possível ser cristão nem fazer parte da Igreja.
É, pois, fundamental perceber isto: nunca desliguemos a Igreja de Jesus Cristo. Que todos encontrem Cristo na Igreja. E que a Igreja nunca se canse de encaminhar todos para Cristo!
Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira