Em quarto minguante anda há alguns anos a riqueza do vocabulário e o recurso a termos específicos, empregues no deambular de uma conversa ou na elaboração de um texto escrito.
A tendência de apequenar as expressões e o recurso sistemático a monossílabos e palavras de “origem duvidosa”, reduziram de forma “viral” as conversas entre jovens, extensiva a alguns pais e avós que julgam ser “empático” imitar a juventude e falar como eles.
De acordo com alguns pedagogos e linguÍstas, nos anos 40 e 50 as crianças dominavam cerca de dez mil palavras o que lhes permitia ler poesia, declamar e recorrer com muita frequência aos dicionários, sempre na expectativa de aprenderem mais vocábulos.
Nos anos 60 e princípio dos 70, este conhecimento baixou para oito mil, porém não cessou de diminuir atingindo níveis assustadores nos anos 90.
Especialistas referem que o uso da palavra nunca esteve tão empobrecido e que os jovens de hoje têm um reduzidíssimo número de vocábulos para comunicar, consequência também do tempo parado e passado em frente da televisão e do recurso a outros meios de comunicação.
Leem pouco, conversam pouco, ausentes de vocábulos e carentes de ideias em consequência desta pobreza de palavras, também o seu pensamento, a sua capacidade de argumentar, compreender, discernir e decidir fica limitada e parca.
Sem palavras e só com pouco mais de cem palavras, gera-se um pensamento débil, o qual torna possível um termo que, talvez, nem percebam bem o seu significado, mas que se chama R-E-L-A-T-I-V-I-S-M-O, pois em terra de cego quem diz que tem olhos impera.
Se o pensamento se estrutura na palavra, o que virá para esta geração cuja brandura de capacidade de discernir se derrete como manteiga ao sol…
Autor: Ana Maria d´Oliveira