Têm também uma cobertura muito grande de postos de carregamento eléctrico. Move-os, também, uma preocupação ecológica. Uma sondagem feita recentemente sobre as causas que levaram estes povos a adquirir um automóvel elétrico em detrimento de um de combustão, mostrava que mais de 28% dos inquiridos indicava, em primeiro lugar, motivos ecológicos.
Estes exemplos mostram como há países que já estão acordados enquanto outros ainda ressonam. Ou talvez finjam que estão a dormir porque o lóbi dos fósseis é tão forte, e a receita dos Estados sobre os combustíveis é tão significativa, que não lhes interessa que o automóvel elétrico substitua o automóvel de combustão. Portugal já piou sobre este assunto só que piou tão baixo em relação aos escandinavos que mais parece um vagido de criança recém-nascida. Mas é preciso pensar que não é por roncar que o sono não acaba.
Tenho mesmo a impressão que mais uma vez teremos de ir atrás dos que, despertos mais cedo, souberam apanhar o mercado dos carros elétricos. Quando acordarmos para esta realidade já outros estão lá com boas quotas de mercado, e nós teremos de nos contentar em fazer parafusos ou cablagens. As migalhas do costume.
Parece-me que são horas de estudarmos a substituição dos atuais motores de combustão por motores elétricos, sem necessidade de termos de trocar de viatura. Pelo menos isto, se é que ainda outros não nos ganharam já a dianteira. Não sei se é possível uma coisa destas; mas sei que, se alguém tivesse dito a Steve Jobs, o pai da inovação e criatividade da tecnologia da Apple, “que não era possível”, certamente perderia o emprego mesmo antes de o começar. São assim os precursores e não os seguidores. São assim os mestres e não os discípulos.
Estes serão sempre os últimos. Sem sermos engenheiro ou engenhocas destas coisas, e apenas a abordarmos um princípio de hipóteses ou probabilidade de inovação e negócio, pesa-me ver tanta sonolência naqueles que deveriam ter as mentes bem acordadas. Não adaptamos os motores de gasolina e gasóleo a funcionar com gás?
Então por que não tentamos fazer o mesmo com os motores elétricos? Pelo menos instalá-los já que o bom seria produzi-los. O Governo tem de encarar este problema como desígnio económico nacional. É preciso partir para a ação concreta, “rápido e em força”; estudem depressa, estudem profundamente e apaixonem-se pela ação. O País agradecerá.
Autor: Paulo Fafe