A Páscoa é a diferença absoluta para uma presença total.
Sem a Páscoa, o máximo que poderíamos dizer era que «Cristo viveu». Em Páscoa, podemos – e devemos proclamar que «Cristo está vivo» (cf. Act 25, 19)!
Efectivamente, o Cristianismo não é a recordação de um ausente, mas a contínua celebração de uma presença.
A Ressurreição não provocou uma ausência, tendo inaugurado uma nova presença.
Aliás, podemos dizer que — neste instante — Cristo está em plena «descensão».
Após a «ascensão», Ele «desce» de novo para acudir à multidão de sofredores que povoam o mundo. Dir-se-ia que «não tem mãos a medir» no Seu eterno afã de ser vida e dar vida.
E é assim que — nesta altura dramática da nossa história —, Cristo vivo anda em contínua «visita pascal» por tantos hospitais, por tantos leitos.
Cristo vivo é fonte de vida para todas as vidas.
Ele faz uma igreja em cada casa e prolonga a Sua Igreja em tantos rostos tingidos pela dor, pela ansiedade. Ele é a esperança que afaga tantas lágrimas e o calor que aquece tantos corações.
Ele percorre todo um mundo que sofre, geme e chora. A todos Ele vai com Vida para nos ajudar a vencer o Covid. É por isso que, neste momento, é fundamental não deixar adormecer a fé e o amor.
Vejo Cristo vivo, sem qualquer tempo para descansar. Ele está ao nosso lado, no ventre desta humanidade sofredora.
Por isso, voltemo-nos para Ele, como Ele está sempre voltado para nós.
Não esqueçamos que – mesmo depois de Ressuscitado – Ele manteve as marcas do sofrimento.
A Tomé (cf. Jo 20, 27), Ele quis mostrar que estará – para sempre – ao lado dos que estão cobertos pelas feridas da dor, do medo e da desesperança.
«Não tenhais medo» (Mt 28, 10). Continua a ser o convite de Cristo vivo e fonte de vida.
Não estão a ser fáceis estes dias. Mas Cristo está presente. Ele é a presença que marca toda a diferença.
Não nos deixemos abater. Cristo, cheio de vida, dar-nos-á forças para vencer.
Jesus «desalojou-Se» do Céu para, na Terra, ser a luz e o ânimo para quem combate nesta «guerra».
O «inimigo» é eficaz, traiçoeiro e invisível. Mas o nosso Deus é bom, amoroso e invencível.
Por agora, temo-nos de nos «esconder» do vírus, que ameaça em todo o lado. Mas o bom Deus não deixará ninguém abandonado!
Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira