Continuo a aplaudir a feliz, porque oportuníssima, iniciativa em tempos levada a cabo pelo pelouro da Educação da Câmara Municipal da nossa augusta, dos Arcebispos. barroca e bimilenar cidade, de criar junto dos estabelecimentos de ensino uma zona própria para tomada e largada de passageiros; e a utilização deste espaço só consentida é durante 1 minuto, em dias úteis, e das 7 às 20 horas aos veículos que a tal fim se destinam, conforme placa informativa aí exposta.
Para que dúvidas não restem, tal zona está assinalada a azul no pavimento rodoviário e complementada com a referida placa impondo a sua finalidade, porque, se assim não fosse, nos arruamentos onde o estacionamento é pago muito chico-esperto e prevaricador encartado atrelava o popó a seu belprazer; e infelizmente, neste mundo de cegos informais, quem tem um olho sempre é rei.
Ora, se esta iniciativa autárquica tem absoluta justificação e alcance, mormente nos estabelecimentos cuja população escolar é dos níveis etários mais baixos (berçários, creches, infantários, pré-primária e 1.º cIclo ), não é de todo excluir a sua necessidade, embora de menos premência, nas escolas de gente graúda (2.° e 3.º ciclo e secundário), onde igualmente acontece com alguma frequência a tomada e largada de passageiros; todavia, penso que a consentida permanência de 1 minuto, apenas, para a execução da operação com êxito não é suficiente, quando aplicada a crianças de pouca idade.
E esta dificuldade fácil é de entender, pois estas crianças são transportadas, na generalidade, em cadeirinhas de bordo, muitas precisam do colo ou da mão de quem as toma ou larga e já para não falarmos nas habituais birrinhas que algumas fazem para largarem o conforto familiar e serem entregues a estranhos; quem já passou por esta situação vê a largada e tomada dos rebentos como um drama que os pais sofrem para que eles aceitem de bom grado e com rapidez a operação.
Agora, vamos ao terreno para apalpar o pulso à realidade: por exemplo, na rua do Raio, a zona azul que serve a crEche é diariamente a mais movimentada da cidade, e como tal a mais extensa, e, devido, à pouca idade das crianças ali largadas e tomadas, não é fácil a execução de tais operações, dado o tráfego e obstrução constante da via; depois, para que tudo funcione a contento, torna-se necessária uma fiscalização permanente para que não haja ocupação abusiva do espaço delimitado e quem ali chega para deixar os filhos o faça em tempo útil, com tranquilidade e segurança.
Mas, às horas de ponta, o local vira mesmo caos, pois o trânsito normal entope facilmente devido à escassez de espaço para circular fluidamente; por isso, já aqui referi que, nestes momentos, devia ser permitida a utilização do espaço destinado aos TUB aos veículos do restante trânsito, uma vez que a circulação de autocarros é pouco constante.
Já nas escolas básicas e secundárias as zonas azuis podem ser de menor dimensão, pois é mais fácil e rápida a tomada e largada dos estudantes; e, além disso, devido às suas idades mais avançadas, já não reclamam o colinho nem a mão dos pais e podem utilizar mais facilmente outros meios de chegar e sair da escola.
Agora, a talhe de foice, quanto à escola secundária Carlos Amarante a zona azul escapului-se do pavimento, há já muitas luas e muitos sóis, e esta situação cria confusão e dúvidas em quem por ali deseje estacionar o besouro; assim, toma-se urgente o recurso ao pincel e à robialac para que o espaço seja claramente definido e não somente através do painel infirmativo presente; é que tal como se apresenta ninguém se entende e os espertinhos do volante aproveitando se vão para atrelar o veículo e tomar um cafezínho ou "fazer um recado o que leva o pelouro de Educação da Câmara Municipal a ficar muito mal na fotografia.
Ademais, um procedimento constante e firme que se exige é uma atuação de fiscalização policial musculada para que se evitem os habituais abusos; pois, só assim estas zonas criadas que foram para boa e cabal utilização possam cumprir plenamente o seu objetivo e os cidadãos deixem de praguejar:
– Porra, vai cá uma nortada!
Então até de hoje a oito.Autor: Dinis Salgado
