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À (re)conqvista dos Gverreiros perdidos

No que se refere aos vizinhos, e uma vez que não podem discutir connosco número de troféus conquistados, orgulham-se do número de adeptos presentes nos jogos. Esquecem no entanto que por força das competições europeias em que, contrariamente a eles, o nosso clube se envolve anualmente, realizamos inúmeros jogos à 2.ª feira, e necessitamos gerir cuidadosamente o orçamento familiar para os jogos europeus. Sair do País, ainda que uma vez apenas, anualmente, em termos financeiros, equivale a meia dúzia de deslocações cá dentro, ou à totalidade dos jogos em casa.

Mas esta diminuição de número de sócios e adeptos nos nossos jogos, surge também por culpa própria, pois não só não aproveitamos devidamente o trabalho efetuado nas escolas do 2.º/3.º ciclo e Secundárias em 2008, como também “deitamos fora” muitos dos mini-gverreiros conquistados nas EB1, nas épocas seguintes.

A partir de janeiro de 2008, época em que se iniciou de forma coerente e programada, um périplo de visitas (duas a três por semana nessa época) convidando alunos a assistir aos nossos jogos, e aproveitando também para compensar o frio das bancadas com a sua energia e alegria constante, e se criaram até, concursos de claques premiando as escolas que apresentassem melhores coreografias, ou apoio mais efetivo, tivemos assistências de 15 a 16 mil pessoas, em jogos com Setúbal, Leiria ou Paços (estes últimos numa 2.ª feira) e 22 mil com o Leixões, num ano em que os resultados não ajudaram, pois terminamos o campeonato em 7.º lugar.

Nos anos seguintes, nas escolas EB1 angariaram-se sócios, sem custos para estes, e com a promessa que assim seria até atingirem os 14 anos. Tudo isto permitiu que num jogo com os nossos vizinhos, campeões de assistências, anunciássemos o sócio 30 mil, um aluno de Palmeira.

Posteriormente, o clube decidiu que todos, independentemente da idade, deveriam pagar cota. E assim perdemos muitas centenas de (sócios) crianças cujos pais se sentiram enganados. Como estas não vinham sozinhas ao estádio, quantos adultos não terão também perdido esse hábito, eles que sendo de outra geração, e se calhar adeptos de outros clubes, perceberiam através da alegria contagiante dos filhos, o valor acrescido de apoiar o clube da terra ou da região.

Por tudo isto, e para que conste, propor determinadas medidas estruturais dirigidas a todos quantos procuram no clube um complemento de formação desportiva, bem como a vontade de reconquistar esta nova (e parcialmente perdida) geração de adeptos, é o que me move nesta demanda em que acompanho gente com novas ideias para o futuro do nosso clube. E (não) é por isso que nós somos (menos) Braga.


Autor: Carlos Mangas
DM

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21 abril 2017