Na última Assembleia Municipal fez parte da ordem de trabalhos e submetida a votação a Estratégia Cultural Braga 2030.
Este importante documento, além de formalizar a estratégica cultural de Braga para a década 2020 a 2030, algo de inédito no nosso burgo, visa também a candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura de 2027.
A candidatura de Braga a este importante evento cultural europeu, que poderá marcar em definitivo a dinâmica cultural bracarense, representa antes de mais uma decisão arrojada e corajosa do Presidente de Câmara que também anos atrás, enquanto vereador da oposição, foi o autor da proposta, em sede da reunião da vereação na Câmara, da candidatura de Braga a Capital Europeia da Juventude.
É de realçar que esta proposta do antigo vereador da oposição, hoje Presidente da Câmara, foi acolhida pela anterior gestão autárquica, representou um marco na projeção europeia da nossa cidade, e constituiu o virar de página no surgimento de uma série de eventos inovadores de grande monta que Braga pensou, organizou e executou nos últimos anos.
Assim, a 7 de dezembro de 2018, numa sessão pública presidida por Ricardo Rio, nas instalações de uma histórica empresa bracarense, fundada em 1932 e que desenvolveu técnicas artesãs milenares para o fabrico de sinos e carrilhões – Fundição de Sinos de Braga – Serafim Da Silva Jerónimo & Filhos, Lda. – foi apresentada aos bracarenses a intenção da candidatura de Braga a Capital Cultural da Europa em 2027.
O local escolhido para a apresentação desta candidatura que, em termos temporais, ocorrerá quando o executivo municipal não for presidido pelo atual edil, já representou o sinal da importância do envolvimento da sociedade bracarense nos mais variadas domínios com relevo para a vida do nosso município.
Assim, o documento apresentado na última assembleia municipal representa o culminar de todo este trabalho feito nos últimos dois anos.
Foram ouvidas, desde 2018 até agora, mais de 3 mil pessoas e organizações da nossa cidade num trabalho que tem 4 importantes vertentes principais com incidência nas competências do tecido cultural, a fruição de participação da cultura em toda a área do município, o desenvolvimento da economia criativa bracarense com o incentivo ao conhecimento nesta área, sempre com a participação dos bracarenses nos processos de reconfiguração da cidade.
Seria redutor que todo este projeto tivesse apenas como meta a candidatura à Capital Europeia da Cultura, sendo o seu alcance muito superior e visa, principalmente, a estratégia cultural de Braga nesta década.
De realçar que este documento não teve um único voto contra na Assembleia Municipal, tendo sido aprovado favoravelmente por todos os partidos, exceto um, o que já de si representa o alcance e êxito que houve na preparação deste projeto que pretende o envolvimento de todos.
De estranhar foi a abstenção do PS, até porque, aquando da intervenção do seu representante na Assembleia, não foi apontada nenhuma critica à estratégia seguida pelo município, mas ficou-se sobre as criticas pontuais a eventos que podem ou não existir ou a artistas que podem ou não atuar, quando não era disso que se tratava nesta Assembleia Municipal. Isso poderia ter sido feito quando foram anteriormente ouvidos ou, até com mais propriedade, nos próximos anos.
A ideia que fica é a de incómodo político por parte do principal partido da oposição por não poder manifestar-se contra a realização deste importante projeto bracarense, sob pena de importantes custos políticos, tendo invocado temas a despropósito para aparentar justificar uma abstenção.
Os socialistas bracarenses carregam às suas custas um dos maiores danos feitos à nossa cidade com o “enterro” da Bracara Augusta nos anos 80 do século passado quando, não obstante saber-se das ruínas existentes soterradas, os executivos de então sucumbiram ao interesse de certos empreiteiros e “taparam” várias áreas da antiga capital da Galécia com betão, cimento, tijolos e asfalto.
Imagine o leitor a projeção agora de Braga e nos séculos vindouros se tivesse sido feita, naquela época, a devida proteção à nossa cidade bimilenária. Embora nunca elimine o prejuízo feito à nossa cidade, o PS poderia ter “emendado a mão” e, em sinal de remissão, dar todo o apoio a este projeto.
No entanto, o principal partido da oposição nem aprendeu com o exemplo da posição do atual Presidente de Câmara que anteriormente, durante a vigência do período de executivos socialistas, propôs, aprovou e contribuiu, juntamente com o então governo municipal, para o pleno êxito da Braga, Capital Europeia da Juventude.
Autor: Joaquim Barbosa