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“A Cidade em Redor”

Desde o início deste mês estou a trabalhar a uns míseros 4km do centro histórico e embora gostasse muito de me deslocar de bicicleta, tal não é possivel. Dizia a Comissão Europeia, já em 2000, que “quando as cidades combinam medidas a favor da bicicleta e dos transportes públicos atingem uma redução da taxa de utilização do transporte individual motorizado.

Dependendo do nível de congestionamento do meio urbano, a bicicleta é mais rápida dos que o transporte individual motorizado em trajectos de, pelo menos, 5km”. A Avenida do Cávado, que ironicamente foi o ponto de partida para a 6.a etapa da Volta a Portugal deste ano, é uma estrada estreita, sem bermas e onde a velocidade automobilística abunda, ignorando as casas, o comércio e os serviços que a ladeiam.

Na mesma zona onde eu trabalho agora, trabalham diariamente numerosas pessoas numa grande superficie comercial. É também a estrada que une os pequenos 7km entre Braga e as margens do magnífico rio Cávado.

Quem pensa a mobilidade das cidades têm de incluir os municipios limitrofes, as zonas residenciais, os suburbios, os pontos de interesse ao redor do centro e não apenas as praças históricas. Circundar a cidade de pistas de velocidade, vias rápidas ou autoestradas, sem criar alternativas para quem se quer deslocar sem poluir e evitando o stress e as pressas, é isolar as populações e continuar a promover a ditadura do carro. 

Foi bom ver a Avenida do Cávado cheia de bicicletas a semana passada para a Volta a Portugal, só tenho pena que nos restantes dias do ano se vejam tão poucas.


Autor: Helena Gomes
DM

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19 agosto 2017