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A caminho das autárquicas

Uma vez que, ao concorrer às Assembleias de 37 Juntas de Freguesia, levanta-se a hipótese de, nelas, poder vir a colher alguns votos dos “miguelistas”, do PS, que não se revêm na sua candidatura, bem como dos descontentes com o atual executivo saído das eleições autárquicas de 2013. O que poderá começar a baralhar as contas aos coligados “ricardistas” os quais, dentro das suas hostes, já começam a pugnar por uma nova maioria absoluta.

Tal proeza, a ser conseguida pelo militante da nova vaga comunista, Carlos Almeida, para além de um feito histórico, poderá pôr Braga a experimentar um “novo ciclo” sem as maiorias do ”quero, posso e mando”. Isto é, fazer com que a cidade dos arcebispos saia da linha pela qual vem seguindo há cerca de 41 anos. É a pensar nisso que R. Rio tem vindo a virar-se, um pouco mais, para as freguesias do concelho na tentativa de uma nova consolidação do eleitorado. Não só para as afetas aos seus candidatos partidários, bem como para as dos independentes a concorrerem – nas suas listas – às respetivas Juntas.

Seja como for, é na performance da CDU que os olhos estão postos. Não só os do atual executivo camarário, mas também os da máquina socialista que trabalha na atual pré-campanha. E não é por acaso que M. Corais se viu, já, obrigado a fazer um veemente apelo a todos os socialistas para que se unam em torno da sua candidatura, com vista a um resultado vitorioso nestas autárquicas. Fazendo-o de forma realista, ao preferir usar o bom senso de não pedir uma maioria absoluta, pela noção que tem de ter sido, no último quadriénio, um opositor parco – para não dizer frouxo – nas críticas à administração do atual Presidente da C.M.B.

A caminho das Autárquicas, o que se esperava para a nossa Bracara Augusta era que os candidatos se fidelizassem a novos projetos de que o concelho carece. Evitando o repisar daquilo que já sabemos acerca dos melhoramentos anunciados – com pompa e circunstância – pela coligação. Principalmente os que resolveu pôr em banho-maria a fim de os executar, posteriormente, caso vença as eleições. Ainda que todos nós saibamos, pelo ritmo ao que as coisas andam, que tudo o que não foi realizado nestes quatro anos ir-se-á transformar num acumular de situações de cada vez mais difícil resolução. Matérias que aproveitarão aos chamados partidos “satélites” para atraírem novas simpatias e crescerem.

 Entretidos como andam em polémica andebolística, entendo que nem um nem outro deveriam utilizar – como arma partidária – a instituição “Atlético Basquete Club”, de Braga (ABC). Em primeiro lugar, porque M. Corais omitiu a razão pela qual, em 37 anos de poder autárquico, os socialistas não lançaram alicerces profundos que preservassem o futuro do ABC. E, em segundo, por se tornar evidente que R. Rio não providenciou o pagamento das faturas em atraso; nem diligenciou, que eu saiba, qualquer investigação às despesas efetuadas por quem andou na órbita dirigista do clube a cavar o buraco que o afeta.

Para já, R. Rio apenas remodelou algumas caras no seu elenco. O que não faz jus à velha máxima: “equipa que ganha não se mexe”. Agarrando-se, por falta de novas matérias, ao programa “Braga a Sorrir” e à oferta dos manuais escolares. Acentuando, no seu discurso a palavra “revitalizar”, confiante de que os bracarenses votarão na revitalização das “festas”.

Quanto à CDU e ao seu líder, embora fora das minhas simpatias políticas – mas com o devido respeito, fica-me a sensação de uma forte convicção em virem a ser, apenas, os “obreiros” da retirada da maioria absoluta à coligação “Juntos por Braga”. Será?


Autor: Narciso Mendes
DM

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14 agosto 2017