Mas o artista quer muito mais, quer que a sua obra tenha impacto sobre outrem, quer comunicar, despertar emoções e sentimentos, quer, finalmente, trazer algo novo e a liberdade da arte – característica que lhe é tão própria – torna-o capaz de escolher o quê e como comunicar.
O Papa João Paulo II, na Carta aos artistas, refere «uma espécie de iluminação interior que junta a indicação do bem à do belo. Mesmo quando perscruta as profundezas mais obscuras da alma ou os aspectos mais desconcertantes do mal, o artista torna-se de qualquer modo voz da esperança universal de redenção.»
No entanto, a marca distintiva do artista é sempre o desejo irreprimível e entusiasta de procurar o belo e de o transmitir. Para os nossos dias, para estes momentos conturbados em que vivemos ficam as palavras sábias do Papa: “os homens de hoje e de amanhã têm necessidade deste entusiasmo, para enfrentar e vencer os desafios cruciais que se prefiguram no horizonte. Com tal entusiasmo, a humanidade poderá, depois de cada extravio, levantar-se de novo e retomar o seu caminho. Precisamente neste sentido foi dito, com profunda intuição, que «a beleza salvará o mundo».
Para todos, fica o desafio: fazer da sua vida uma verdadeira obra de arte... afinal, todos podemos e devemos ser artistas com a nossa própria “marca distintiva”.
A autora escreve segundo a antiga ortografia.
Autor: Rosa Ventura