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A autenticidade de uma “capa falsa”!

Já falei com o Cónego Melo e amanhã, quando estiverem reunidos no Sameiro – penso que foi aí que o Cardeal Etchegaray jantou e passou a noite – vamos tentar que no sábado, dia do anúncio da nomeação de D. Jorge Ortiga como Arcebispo Primaz, já noticiemos isso. Olha que ninguém sabe…».

Escusado será dizer que fui para casa pensativo, questionando-me o porquê de um jornalista “dormir com a notícia”, embora compreendendo que um jornal como o Diário do Minho, de inspiração cristã, propriedade da Igreja de Braga, seja obrigado a “obedecer” a algumas determinações a que outros não estão sujeitos.

Na sexta-feira, dia 4 de junho, por volta da meia-noite, e resultado do pedido que o Pe. João Aguiar fez ao Cónego Melo para que intercedesse junto do representante do Papa, chegou a autorização para noticiarmos a nomeação de D. Jorge. Assim aconteceu. Na edição do dia 5, sábado, na primeira página, publicava-se: «A Santa Sé torna pública, ao fim da manhã de hoje, a nomeação de D. Jorge Ortiga como Arcebispo Primaz, sucedendo a D. Eurico Dias Nogueira.

Até à tomada de posse do Arcebispo-eleito. D. Eurico Dias Nogueira continua responsável máximo da Igreja bracarense, como Administrador Apostólico. Devido ao adiantado da hora a que pudemos obter autorização para divulgar uma notícia que estava sob embargo, só na edição de amanhã daremos a esta nomeação maior relevo. Nomeadamente, publicando uma saudação do Arcebispo-eleito ao Povo de Deus da arquidiocese».

É verdade que poderia ter escolhido outra maneira de iniciar este editorial, mas escolhi esta, porque pessoal, e porque de alguma forma testemunha o dia a dia de um jornal como o nosso. Além disso, foi a partir da tomada de posse de D. Jorge Ortiga como Arcebispo de Braga que, mais amiúde, reparei no seu carinho pelo Diário do Minho.

Essa atenção, de que todos somos testemunhas, deu para melhor perceber a atitude e postura do nosso Arcebispo: um homem apaixonado por Cristo, pelos jovens, pelos padres e pelos simples. De sorriso fácil e sincero, temo-lo como um homem simples, que vive simples, e que não consegue disfarçar as emoções.

Respeitador das tradições e estudioso da História, vemo-lo como uma pessoa que não gosta no entanto de ficar preso a tradicionalismos ocos nem a vãs fantasias.

Regozijamo-nos pelo facto de os jovens sempre ocuparem um lugar privilegiado no seu coração e na sua ação pastoral, retirando deles o desejo da descoberta por novos horizontes e o exemplo da negação ao conformismo e à inércia.

Apaixonado pela Igreja e pelos sacerdotes, somos testemunha de que sempre lhes tenta dar o necessário alento para que se tornem pastores felizes, que guardam e guiam um rebanho feliz, afirmando-se, desde sempre, como um homem de Deus, construtor de pontes, pacificador e sensível à dor alheia.

Não é por isso de ânimo leve que resolvemos que a edição que hoje chega às mãos dos leitores do Diário do Minho fosse enriquecida com uma “capa falsa” onde se destaca a foto de D. Jorge Ortiga, assim como o programa comemorativo das suas Bodas de Ouro Sacerdotais. O uso deste exemplo criativo da publicidade é também uma homenagem e um agradecimento, sabemos que simples, por toda a atenção que tem dispensado a todos nós.

Obrigado, D. Jorge, por nos ter dado asas e acreditar que, em toda a empresa do Diário do Minho, seremos capazes de voar cada vez mais alto…


Autor: Damião Pereira
DM

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9 julho 2017