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Entre o prémio Nobel e o “prémio Tchernóbil”

Estranha obcecação de Trump pelo prémio Nobel da Paz). Parece bem estranho, para alguém que já chegou tão longe (quer na vida empresarial quer na conquista de duas, ou 3, eleições para presidente dos EUA) o andar abertamente fixado em que lhe seja concedido o Nobel da Paz. É certo que Donald John Trump é um homem de paz; foi abertamente contra a injustíssima 2.ª invasão do Iraque, em 2003; tem procurado resolver conflitos militares (presentes ou potenciais), através de táticas comerciais baseadas em “bluffs”, sanções tarifárias e hipóteses ingénuas de reunir inimigos (às vezes, mortais), à volta da mesma mesa. E até tem tido alguns sucessos, por certo passageiros, nomeadamente com Israel. Mas um Nobel da Paz não manda destruir ou bombardear instalações de produção de energia atómica em países terceiros (no caso, este ano no Irão e nitidamente obedecendo a pressões ou mesmo ordens, dadas pelos israelitas de Netanyahu). É possível, isso sim, que haja uma razão importante por trás do desejo trumpiano; talvez a defesa contra processos judiciais contra si, os quais aliás já deveriam era estar todos prescritos, pela simples passagem do tempo.

Os prémios Nobel da Paz, da Economia e da Literatura são sempre “políticos”). E podem até, ser retirados. Todos eles refletem uma visão liberal da História, das Artes e do Mundo. P. ex., um “nobel” da Paz, Barak Hussein Obama, apesar de não ser dos piores, mandou (e conseguiu) assassinar o famoso Ben Laden e toda a sua vasta família, escondidos que estavam num prédio de Abottabad, no Paquistão. À birmanesa Aung San Suki foi retirado o Nobel da Paz. O notável cantor e intérprete judeu-americano Bob Dylan recebeu paradoxalmente o Nobel da Literatura (as suas poesias são vulgares…); em vez de receber algum justo galardão no campo da música ligeira. Quanto ao especialista em pontuação e saneamentos, José Saramago, nem comento (o grande Jorge Amado merecia ser ele a receber, de longe). O próprio “dr. Egas Moniz” (melhor dito, o filiado maçónico Antº Caetano de Abreu Freire, 1874-1955, envolvido e preso, na conspiração para o assassinato de D. Carlos) recebeu em 1949 o N. da Medicina, por inventar um método invasivo de tratamento do cérebro humano, hoje há muito desacreditado…

O sábio aviso de Serguei Lavrov). Trump tem falado pessoalmente com Zelenski por variadas vezes. Daí que, os “superiores desconhecidos” lá autorizaram Trump a finalmente receber Putin. Não na Casa Branca mas no esconso Alaska, remoto estado do EUA que curiosamente já foi russo e que dista 70 km da Fed. Russa, através do estreito que leva o nome do seu descobridor dinamarquês, Vitus Bering (m. 1741). Contudo, do luzido encontro pouco resultou de substancial para o fim da guerra da Ucrânia. Devido às tais pressões, Trump oscila entre o apoio à Rússia e o apoio à Ucrânia. No dia seguinte a Anchorage, lá foram os pseudo-líderes europeus em lacrimosa romagem à Casa Branca, para contrariar qualquer deriva moscovita de Trump. O irresponsável pequeno déspota judeu de Kieve (que pelos vistos dá ordens em Bruxelas e em Washington) continua a exigir que lhe ofereçam (não é, “vendam”…) umas dezenas de preciosos mísseis de longo alcance, os “tomahawks”. Lavrov (em telefonema para o super-manhoso Marco Rubio) lá foi dizendo que Trump deve ser avisado de que, se o fizer, a tal guerra que Trump chamou (e bem) a “guerra de Biden” passaria a ser a “guerra de Trump”. Trump lá reflectiu; e agora, contra o Pentágono, vem dizer que os “tomahawks” (originalmente, um machado usado pelos iroqueses, esses poderosos índios carecas do séc. XVIII, aliados dos britânicos contra os franceses), esses “tomahawks” já não serão enviados. Pelo menos, até ao próximo telefonema nocturno de Netanyahu ou “chicoração” da pequena e curvilínea Melloni…

Antes, Trump prometia acabar com a guerra da Ucrânia em 48 horas). Quem o ouviu, adivinhava (era do senso comum…) que, como a Ucrânia estivera unida à irmã Rússia por ca. de 6 séculos (antes e depois da conquista mongol de 1224), Trump forçaria Kieve a obedecer aos termos da paz que a Rússia, essa superpotência nuclear, impusesse. Porém, nota-se que o pequeno artista de variedades manda mais que Trump. E não teme guerras nucleares, parece é desejá-las… Quanto à “Europa”, essa acha que é melhor política insultar e hostilizar aquela potência (europeia) que se estende da Polónia até à Coreia, China e Japão (a Rússia). E ser amiga da nóvel Ucrânia secessionista, criada em 1991 pelo sempre leal e sóbrio Boris Yeltsin, num momento de especial e benfazeja inspiração.

Eduardo Tomás Alves

Eduardo Tomás Alves

18 novembro 2025