twitter

Retoma interna

O SC Braga está a vivenciar um início de época atípico. A nível europeu, o percurso tem sido quase irrepreensível, uma vez que, após o empate no primeiro jogo da temporada, disputado no terreno dos búlgaros do Levski Sófia, os Gverreiros do Minho venceram oito partidas consecutivas (a primeira no prolongamento), cinco nas eliminatórias e as três restantes na fase regular da Liga Europa. Este feito notável não teve o devido destaque na imprensa especializada, mais interessada em assuntos de menor relevância relacionados com os clubes que integram o sistema. Nunca é excessivo sublinhar que são oito vitórias consecutivas, sendo as três últimas decisivas para garantir a liderança partilhada na Liga Europa.

O último artigo que escrevi foi publicado no dia em que o SC Braga recebeu o Estrela Vermelha, da Sérvia, no mesmo dia em que Matheus regressou à Pedreira como adversário, após onze temporadas em Braga. Acredito que o guardião luso-brasileiro tenha vivido um misto de sentimentos, especialmente quando foi aplaudido pelos adeptos braguistas e homenageado pelo clube que serviu durante mais de uma década, continuando a ser o jogador mais titulado da história bracarense. O jogo terminou com o triunfo brácaro por 2x0, com golos de Navarro, que se sente confortável a finalizar nesta competição, e de Mario Dorgelles, que marcou pela primeira vez após um longo período de ausência por lesão. Esta vitória reforçou a excelência do percurso europeu, parecendo mais fácil ganhar fora do que dentro de portas, dadas as condicionantes e desafios colocados pelos adversários nacionais.

O apuramento para a próxima fase da Liga Europa está muito bem encaminhado, com um pleno de vitórias nesta etapa, que corresponde aos nove pontos conquistados.

O calendário, porém, não dava tréguas. A noite de domingo, já com um frio bem diferente dos tempos mais recentes, trazia de volta a liga portuguesa, competição que tem representado um estranho tormento para os arsenalistas. A visita do Casa Pia trazia desde logo à memória a derrota consentida na época passada, num jogo em que um dos golos foi apontado pelo agora bracarense Leonardo Lelo, a que se juntava o longo período sem triunfos que a imprensa fazia questão de recordar sob forma de massacre.

A equipa Bracara estava consciente da importância de regressar aos triunfos na liga, algo que ficou bem espelhado na excelente antevisão de Carlos Vicens, que identificou com clareza os principais problemas da equipa, restando saber se haveria antídoto para eles.

A entrada forte e intensa do SC Braga, aliada à eficácia nas primeiras oportunidades, escancarou as portas do regresso às vitórias no campeonato e ao início de uma recuperação que se deseja ver consolidada em breve.

O primeiro tempo ficou marcado pelos golos de Ricardo Horta, cada mais influente, e do sueco Lagerbielke, em estreia a finalizar. Na segunda parte, Mario Dorgelles, que parece ter tomado gosto pela marcação de golos, e Zalazar, através de uma grande penalidade, selaram o resultado. Assim se conheceu o desfecho de um jogo que parecia decorrer numa espécie de “muda aos dois e acaba aos quatro”. No final a Curva Braguista regressou a casa feliz.

Espero que tenha sido o início da retoma interna, mais consentânea com o valor que existe em Braga.

 

 

 


 

António Costa

António Costa

30 outubro 2025