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21 evita um “trinta e um”

A Taça de Portugal levou um dia diferente a várias localidades, que rapidamente se transformou numa festa, algo que caracteriza a “prova rainha”.

A cidade de Chaves foi palco da visita do SL Benfica que, sem surpresa, seguiu em frente. As bancadas do estádio flaviense encheram-se de adeptos, registando uma afluência superior ao habitual. O detentor do título, Sporting CP, deslocou-se a Paços de Ferreira e sentiu o desconforto de ter de disputar um prolongamento que, nesta fase de calendário apertado, em nada beneficia os leões. Um autogolo, a meio do tempo extra, carimbou a passagem da turma leonina à eliminatória seguinte.

O FC Porto deslocou-se a Barcelos para “visitar” o Celoricense. A jogar em terreno neutro houve uma goleada portista que selou a passagem à fase seguinte. Contudo, este duelo merece uma reflexão, pois não é aceitável que a alegada falta de condições tenha obrigado os celoricenses a jogarem num estádio que ficava mais perto do Dragão do que da sua casa verdadeira. Basta olhar para o que se passa aqui ao lado, em Espanha, onde clubes como Barcelona ou Real Madrid atuam em casa dos seus adversários, sem que se alegue falta de condições para alterar o local do encontro. Seria um duelo para a história do pacato concelho de Basto se tivesse sido disputado em Celorico. É lamentável que isto continue a acontecer, a bem dos mesmos clubes de sempre.

O SC Braga deslocou-se a Bragança, num dia em que o vermelho e branco invadiu a cidade transmontana, engalanada para receber tão ilustre visitante. O onze inicial era constituído por algumas novidades, como a presença de Tiago Sá na baliza, muito tempo depois da última aparição, a estreia a titular de Nuno Matos, ou o regresso de Mario Dorgeles à competição, que se saúda, além da poupança inicial de alguns atletas com mais minutos de competição.

O primeiro tempo mostrou as dificuldades que os brácaros têm sentido quando o opositor é, em teoria, mais fraco e o nulo ao intervalo ilustrava essas mesmas dificuldades. O intervalo trouxe mais clareza às ideias de Carlos Vicens, que não hesitou em colocar em campo alguns dos seus valores maiores, que queria poupar tendo em vista o apertado calendário que se segue e, assim, surgiram em campo Lagerbielke, Lelo e Ricardo Horta, a quem se juntaram mais tarde Zalazar e Navarro, em busca de um caminho seguro rumo à qualificação, sem sobressaltos adicionais.

O golo triunfal chegou pelo pé mágico do Capitão, que voltou a iluminar o caminho aos seus companheiros, estando no início e na finalização da melhor jogada do desafio. Assim, o 21 evitou um “trinta e um” que representaria um prolongamento, em termos físicos, ou, pior ainda, uma eliminação que ninguém entenderia. Assim, a imensa Legião que viajou a Trás-os-Montes pôde regressar com a sensação de dever cumprido, ainda que com mais dificuldades do que seria natural.

O SC Braga enfrenta agora um calendário apertado, com três jogos consecutivos na Pedreira, em competições distintas. Estranhamente, a casa braguista tem sido palco de alguns dissabores internos, que se espera ver ultrapassados. O desejo é transformar novamente a Pedreira numa fortaleza, sustentada num coletivo forte, composto por autênticos Gverreiros do Minho, capazes de conduzir o clube às vitórias que têm escasseado a nível interno.

António Costa

António Costa

23 outubro 2025