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A riqueza do lixo e dos eucaliptos

Pelo que se sabe através da profunda e seleccionada informação que o mundo vai consumindo, foi o século XX ter sido distinguido do anterior, no que respeitou aos grandes progressos, como medicamentos para raras doenças, excepto poder-se morrer sentado em casa, à espera de consulta ou de uma cirurgia, como no caso português.

 

Embora a ida à Lua e os avanços contínuos neste século já a caminho de Marte, excepcionalmente vão morrendo milhões (mas tem de ser!) pela fome, pelas balas e bombas de guerra de Vladimir Putin na Europa e de Benjamin Netanyahu na Palestina – com a cumplicidade dos americanos - fazem e têm feito a era dos tempos atómicos, da electrónica avançada, dos tempos espaciais.


 

Já há bastante tempo se fala no prolongamento da vida humana até aos cem anos, embora se pratique o aborto, esventrando as barrigas nas oficinas da morte, a par da garantida eutanásia à porta; que aparelhos andantes/fazedores substituirão o trabalho humano, mesmo que crie desemprego; que serão apenas necessárias 72 horas para transportar um medicamento vindo do espaço e, enfim, este século XXI - com raízes do anterior – está a ficar de arromba, com felicidade total!


 

Perante tanta maravilha; perante tanta esperança que reina nos corações, principalmente nos corações europeus, acreditemos que se os mortos cá voltassem, pasmavam de morte por tudo que a humanidade espera e possui.


 

E sejamos justos: Portugal já fez tanto e bem feito pelo bem da humanidade, que só a história pode testemunhar. Pode e deve ser testemunhada, uma vez que ainda hoje beneficiamos do que foi concretizado.


 

Apenas nos últimos tempos temos descansado ou suspendida a acção, mas uma ou outra vez, o sangue das nossas veias explode e vão surgindo uns Eusébios, umas Amálias Rodrigues, uns Cristianos Ronaldos do futebol, as grandes classificações nas canções de Portugal na eurovisão e certos descobridores que, mostram bem da raça e fibra de que somos feitos: 

refiro-me concretamente à descoberta no país, daquele líquido que extraído da casca dos eucaliptos e da sua polpa - então chamado metanol - substituiria a gasolina! Só que não lhe deram andamento.


 

O metanol, afirmou o descobridor/cientista português, avisou os altos responsáveis políticos e potentes empresários, que, se industrializadas aquelas matérias eucaliptais fornecidas pela Natureza, se podia fabricar gasolina ao preço de cinco cêntimos/litro, sem provocar qualquer género de poluição, e que faria de Portugal uma das grandes potências gasolináceas da europa, sem se precisar de importar combustíveis.


 

Depois, também havia de surgir outro cientista, também nosso, claro, afirmando e desafiando o mundo inteiro que do lixo que as pessoas têm e fazem, se podia obter um carburante de grande utilidade para as comunidades de todo o planeta! Ora, Lisboa (e não só), pelo que se sabe, seria, no lixo, a grande mina ou o ouro de Portugal!

Assim, eu, perplexo e estupefacto com certezas de tal monta, informei e afirmei no reino do meu mundo, que, vivendo nós num dos pontos estratégicos da Terra, podíamos ser dos principais exportadores de lixo, fosse ele qual fosse. E deram-me razão!

Sermos exportadores do metanol não. – Acrescentei. 

Porque é sabido na Europa, que somos jeitosos incendiários de matas e pinhais. O metanol seria reduzidíssimo, uma vez que o nosso fogo-posto também não tem horários, não tem sindicato, sofre de disciplina, e nem temos uma universidade de pirologia para licenciar incendiários e fazerem fogo-posto a tempo e horas. E deram-me novamente razão.

Quanto ao nosso lixo deve ser rapidamente confiscado, pois pode ser verdadeira fonte de riqueza e, basta ver que o querem recolher sem demoras – disseram-no nesta campanha das Autarquias 2025. E sosseguemos, pois, o nosso lixo é actualmente dos melhores do mundo, cheira quanto basta e pode ser recolhido não só em Lisboa, Porto e Braga, – pois é lixo que está-à-vista de todos – como noutras localidades do país.


 

Também temos o lixo das leis - mas isso é outra lixeirada - que privilegiam os políticos da nossa praça; o lixo da já normal corrupção; temos o lixo dos despachos que nomeiam chefes de serviços para os superlotados corredores dos ministérios; temos a lixeirada na Saúde, na Educação, na Justiça, nas Redes sociais e temos (ainda) o lixo da fabricação de pobres dos governos Sócrates, de Passos Coelho e dos ex-ageringonçados. Enfim, somos um povo com uma infinidade de lixeiras que o Mundo não se cansa de admirar!


 

Estou que se deve industrializar e nacionalizar-já o lixo para não sermos ultrapassados. É difícil, bem sei, mas não é impossível.

Artur Soares

Artur Soares

17 outubro 2025