Tomou posse, no passado dia 16 de setembro, em Lisboa, a nova Direção da Faculdade de Teologia. A cerimónia foi presidida por D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa e Magno Chanceler da Universidade Católica Portuguesa, e pela Reitora, a Professora Doutora Isabel Capeloa Gil.
Presidida pelo Professor Doutor Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, a nova Direção integra alguns dos elementos da anterior (os Professores Abel Canavarro, Alfredo Teixeira e Adélio Abreu) e agrega a si dois novos elementos (os Professores Rita Mendonça Leite e João Alberto Correia).
Fundada em 1968, a Faculdade de Teologia está presente em Lisboa, Braga e Porto. É, por isso, uma Faculdade nacional e plurilocalizada, o que se concretiza, por exemplo, no facto de a Licenciatura e o Mestrado em Teologia possuírem, por cada ano, uma turma em cada um desses locais; para além de diversas iniciativas de formação não graduada e de extensão universitária, com destaque, no caso de Braga, na disponibilidade para a formação de agentes de pastoral. Procura cultivar e promover as ciências teológicas, estudar a doutrina católica com base na revelação e iluminar os problemas humanos com a luz do Evangelho. Além disso, promove o diálogo com as outras confissões cristãs, com as religiões não cristãs, com os não crentes, com a cultura, a ciência e a política.
Da sua oferta formativa, conferente de grau académico, destaca-se a Licenciatura, o Mestrado e o Doutoramento em Teologia, em regime presencial; a Licenciatura e o Mestrado em Ciências Religiosas, em regime de ensino à distância (EaD), para permitir que possa estudar quem não está próximo de Lisboa, Braga ou Porto ou quem, estando, tenha restrição de horário.
Além da lecionação, a Faculdade também investe na investigação, mediante o Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) e o Centro de Investigação em Teologia e Estudos da Religião (CITER). Se o CEHR publica a revista Lusitania Sacra, a Faculdade publica a Ephata.
A Faculdade está registada na Direção Geral do Ensino Superior (DGES) e as Licenciaturas, os Mestrados e o Doutoramento estão acreditados pela Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior (A3ES). Por isso, seus os cursos têm reconhecimento civil automático. Por outro lado, esses cursos também são reconhecidos pela Santa Sé, o que lhes confere o respetivo reconhecimento canónico.
Os cursos ministrados pela Faculdade de Teologia apresentam-se com alguma flexibilidade (o ensino à distância permite que mais pessoas possam aceder), variedade (os cursos e percursos não se destinam apenas a quem quer ser clérigo, pois há muitos outros públicos eclesiais que beneficiam desta formação: professores de Educação Moral e Religiosa Católica e diversos agentes de pastoral), relevância (a teologia não é tratada apenas como estudo teórico, mas como algo vivo, que se propõe responder à realidade contemporânea) e reputação (a UCP é uma das universidades mais reconhecidas em Portugal, com diversos reconhecimentos internacionais, o que também contribui para a visibilidade da Faculdade de Teologia). Além disso, valorizam a interdisciplinaridade, pela integração de outras disciplinas (línguas, filosofia, ciências sociais, etc.).
No discurso de tomada de posse, o novo Diretor afirmou que “assumir a direção da Faculdade de Teologia nasce da gratidão. Não se trata apenas de aceitar uma função, mas de reconhecer que estamos a participar de uma história mais longa do que a nossa, uma herança tecida com dedicação, inteligência e paixão”. E sublinhou que “esta Faculdade não existe para se bastar a si mesma; a sua razão de ser é servir a comunidade eclesial, a academia e a sociedade”. Concretizando, afirmou que “à Igreja, oferecemos um pensamento crente, fiel à tradição e atento ao discernimento dos sinais dos tempos, orientado para uma formação teológica rigorosa e contínua, pelo incremento da literacia teológica do povo de Deus e pela promoção da aprendizagem ao longo da vida”.
Rejeitando a promoção de uma “teologia de secretária”, Luís Miguel Rodrigues apontou para “uma teologia contextual, em saída e em diálogo transdisciplinar com a filosofia, as ciências, as artes e a literatura”, “uma teologia acessível, plural e sapiencial, que forma pessoas capazes de discernir os sinais dos tempos e de contribuir para o bem comum – da academia à Igreja e à sociedade em geral”. A esta última, “oferecemos uma palavra ética e espiritual, pensada e pronunciada a partir da gramática da transcendência, que ilumina os debates contemporâneos, abrindo horizontes e promovendo o bem comum”.
Sublinhou ainda que “a Faculdade de Teologia tem de ser um espaço onde se aprende a esperar e a construir, um lugar de escuta atenta das novas gerações, lugar de encontro entre culturas e religiões, lugar de abertura à sociedade e às suas periferias. Por isso, o desafio que hoje se assume é este: cuidar da herança recebida, honrar o passado, ousar projetar o futuro e pensar a fé num horizonte interdisciplinar aberto e fecundo, para formar não apenas especialistas em teologia, mas mulheres e homens capazes de tocar corações e criar pontes”.
E concluiu com uma manifestação de intenções: “Recebo esta nomeação com gratidão e sentido de responsabilidade. Confio no valor do corpo docente – plural nas áreas, unido no serviço – e na tradição de rigor, fidelidade e abertura que herdámos. Sendo a única Faculdade de Teologia em Portugal, queremos servir a Universidade, a Igreja e a sociedade com uma palavra intelectualmente exigente e culturalmente relevante”.