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Um olhar da bancada (de imprensa)

Nos últimos tempos não tem sido meu hábito usar este espaço para escrever sobre o futebol do Sporting de Braga. Tenho navegado por outras áreas e desportos que cada vez me prendem mais, deixando apenas alguns comentários soltos nas redes sociais. E a verdade é que também não sinto grande necessidade de o fazer, porque semanalmente o António Costa - qual índio - “escalpeliza” até ao tutano o que de mais relevante acontece no quotidiano desportivo (com especial enfoque no futebol) do SCB.

No entanto, como ontem ele não conseguiu “dissecar” a vitória sobre o Feyenoord e suas possíveis implicações, atrevo-me eu a fazê-lo - até porque, na pele de comentador da RVN, tive de preparar o jogo.

Surpreendentemente, ou não, voltámos ao sistema de três centrais com que iniciámos a época. Convém recordar que, nessa fase, era voz corrente na bancada e redes sociais que ganhávamos sem convencer, com um futebol híbrido, onde a “fobia” pela posse de bola quase nos fazia esquecer que o campo tinha… balizas. A assunção desse sistema, em que (inicialmente) Leonardo Lelo não contava, originou (e bem) o empréstimo de Chissumba. Depois - culpa do Lelo, que se começou a mostrar indispensável - o sistema foi mudando: primeiro com Lagerbielke como falso lateral e, por fim, linha de quatro defesas com Vítor Gomez como defesa direito. Com este sistema, o empréstimo de Chissumba já me pareceu um erro.

Subindo no terreno, chegamos a uma zona onde a qualidade abunda: médios-centro. Moutinho, Gorby, Moscardo, Grillitsch e…Vítor Carvalho - entretanto transformado em central. Aqui, a dificuldade para o treinador está na escolha. Num sistema de quatro defesas, dois destes médios em simultâneo é exagero; parecemos um carro de tração traseira: não puxa para a frente e o que empurra não chega.

Depois, os três mosqueteiros: Horta, Zalazar, Dorgeles acompanhados de Diego e João Marques. O treinador ao querer ter os três primeiros em campo, em simultâneo, desloca-os para zonas laterais. Mas aí, onde estamos deficitários desde a saída do Roger não aproveitamos plenamente as suas potencialidades porque sabemos que… nenhum deles é ala. Há-os no plantel: Gabri e Vidigal - bons para entrar no decorrer do jogo, mas não para assumir (já) a titularidade.

Pontas de lança temos quatro: três de área (Navarro, Ouazzani e Patrão) e depois o híbrido Pau Vítor, que vai jogando onde é necessário. Atendendo ao custo, deixa-nos a pensar qual a sua verdadeira posição e o motivo da sua contratação.

Atendendo ao atual plantel, aparentemente, o sistema ideal é o usado na Liga Europa, mas com mais chegada à área, algo que pode acontecer com o regresso de Dorgeles ao onze. E porque sou um dos 33.969 treinadores de bancada do Sporting de Braga, aqui deixo o meu onze ideal neste sistema: 1:3:4:2.1 (momento ofensivo) 1:5:4:1 (momento defensivo)

Hornicek; Lagerbielke - Paulo Oliveira - Niakaté; Vítor Gomez - Moutinho - Zalazar - Lelo; Dorgeles - Ricardo Horta; Navarro - mesmo sabendo que há 33.969 opiniões diferentes da minha – incluo aqui a do treinador que ganhando, sabe que a razão lhe assiste.

 


 

Carlos Mangas

Carlos Mangas

26 setembro 2025