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Bürgerfest, mas quem sabia o que isso é?

O dr. Ventura confundiu uma qualquer “Bürgerfest”, com a célebre Oktoberfest muniquense?). Ou foi com algum corriqueiro certame local alemão sobre “hambúrgueres”? Com a rapidez e superficialidade que grassam nas redes sociais, sem confirmar a fundo qual era o assunto, logo pensou que o que o “afectivo” e ubíquo actual pres. da República lá ia fazer, com a sua vasta comitiva, era mais uma inútil e dispendiosa deslocação ao estrangeiro (no caso, à Alemanha); só para se exibir a comer “cachorros quentes” e beber uns “finos”. E tudo à custa do erário público. Daí que, aconselhou que nenhum partido autorizasse a dispendiosa e fútil sortida marcelista de fim de semana. “Waydown town, fooling around”, como diz a espectacular canção “country” do saudoso invisual Doc Watson.

Good bye steaks, hello hamburgers”). Nunca mais me esqueci desta frase, num daqueles filmes dos anos 60 (?) interpretados pelo “rat pack” (o bom Dean Martin, o “afilhado” F. Sinatra e o maleável e cortês mestiço de judeu e abissínio que era Sammy Davies jun.). Este último, vítima de inesperado fiasco financeiro, diz: “adeus bifes, olá hambúrgueres”.

Não faltaram logo as “piadinhas”). Que havia outros destinos “gastronómicos”. Para os apreciadores de marisco, os Camarões (mal saberão que foram os portugueses que assim baptizaram aquele sector da costa oeste-africana, há séculos). Ou o Peru, para aqueles que justamente valorizam este prato norte-americano (a ave é de lá, porém Peru, segundo o famoso escritor Garcilaso de la Vega, ele próprio meio-índio, assegura, deriva do quetchua “pelú”,rio). Outros lembraram que aqui perto existia a Macedónia (a pátria de Filipe e do fogoso Alexandre, que morreu aos 33 anos); um destino de eleição para os apreciadores de salada de fruta. E agora falo eu; se quisesse comer laranjas, Marcelo nem precisava de sair de casa, pois em algumas línguas e dialetos do sudeste europeu, “portukale” quer dizer “laranja” (em grego, napolitano, etc.). Os apreciadores de tangerinas, vão a Marrocos (a Tânger). Azar para os que gostam de damascos; desde que o regime dos Assad acabou, o país não é seguro… Outro destino turístico-gastronómico de eleição é o Hawai, as antigas “ilhas Sandwich”, assim baptizadas pelo grande navegador James Cook (1728-79) em homenagem ao 4º duque de Sandwich, John Montagu, então “lorde do Almirantado”. Apesar da constante ameaça vulcânica (do Kilauea) é a “capital das sanduíches”… e lá perto fica a bela praia de Waikiki, célebre “unicamente” por aquela variedade de deliciosos melões. Para quem não saiba, tal como Magalhães morreu assassinado nas futuras Filipinas, também Cook foi morto (e comido…) pelos havaianos. Um destino comprovadamente gastronómico, pois...

A Alemanha, a Rússia, a “Divisão Azul”, e dois Presidentes portugueses). A principal razão pela qual a Alemanha perdeu a 2ª Guerra Mundial, foi por, no auge do seu poder (quase total) na Europa central e ocidental, ter muito traiçoeiramente invadido a Rússia de Stalin, seu aliado à época; saindo derrotada mas causando (apenas…) ca. de 20 milhões de mortos. Brigadas da Roménia, Hungria, Croácia e Espanha (a Divisão Azul) participaram na desgraçada “aventura”. E o nosso futuro e notável cabo-de-guerra e PR, o marechal Spínola esteve lá, como “observador militar”. Os tempos hoje são outros, a Alemanha é uma espécie de “alemanhinha”, desmoralizada, mestiça, cheia de complexos de culpa do que fizeram os bisavós em 39-45; um gigante económico mas um colorido pigmeu cultural e político, escravo perene da “longa manus” hebraica. É este paizinho, contraditório e esquisito (mas que já foi pátria de Armínio, Beethoven, Handel, Bismarck, Planck, Bach, Kepler, Ludendorff, o padre Mendel) que Marcelo foi visitar agora, a uma novidade chamada “Bürgerfest” (festa dos cidadãos), numa metrópole norte-europeia que já foi (até 1918) capital da Namíbia, Camarões, Tanzânia, Togo e da Samoa ocidental. Berlim, onde hoje não é muito fácil cruzarmo-nos com um verdadeiro alemão… E em que Merz (da CDU) governa com apenas 28%, seguido do AfD com 21 e do SPD com 16.

O dr. Ventura deve então melhorar a sua cultura geral). E os seus conhecimentos acerca da História da Rússia. Cuja 1ª capital foi Kieve, por 4 séculos, até 1224 (conquista mongol). E que regressou ao domínio moscovita desde 1667, até ser “descolonizada” pelo ébrio e decadente Yéltsin (1991). Apesar de falar uma língua quase igual, praticar a mesma religião ortodoxa e ter a mesma caligrafia cirílica. Marine, Orbán, Fitso, Salvini, Farrage, Weidel, Vútchich, Wilders, etc. (os colegas da Direita Europeia) estão contra Zelenski. E se Ventura sabe, ou não, falar alemão, isso pouco interessa. Interessa é que não queira fazer figura de triste e teimosa “ ovelha negra” do rebanho…

Eduardo Tomás Alves

Eduardo Tomás Alves

23 setembro 2025