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Lista dos 36 artigos sobre os fogos-postos, que já escrevi

Um inverno húmido seguido de um verão quente…). Já se adivinhava. E os 1.ºs grandes incêndios (Julho e Agosto) têm sido Ponte da Barca (e P. Nacional da Peneda-Gerês), Penafiel, Gondomar, Paredes, Fig. Castelo Rodrigo, Freixo E. Cinta, Penamacor-Idanha, Amarante, Arouca, Celorico e Mondim, Sabrosa, Vila Real (interrompeu a Volta a Portugal e foi no P. do Alvão), Moimenta, Ribª de Pena, Trancoso, Tabuaço, Penacova, Arganil, Meda, Lousã, Covilhã… Cerca de 90% são fogo-posto ou negligência grosseira. Num território em que quase deixou de haver pastores e rebanhos e onde campeia o fogo-posto organizado, servindo interesses vários: de início a eucaliptização, mais tarde a degradação do território e da paisagem que seja suficientemente propícia a que os proprietários cedam facilmente os terrenos para pedreiras, lítio, parques eólicos e agora, a instalação de verdadeiros “latifúndios” de milhares de painéis foto-voltaicos, absolutamente necessários para alimentar essa “novidade indispensável” da dita “inteligência artificial”. Estamos, como se vê, no “bom caminho”… Além disso, percebe-se que as duas senhoras escolhidas para ministras da Administração Interna, nasceram para desempenhar o cargo… Ao ponto de a anterior, quase nem responder aos jornalistas, limitava-se a um sorriso enigmático, do “tipo Mona Lisa”, mas reforçado. A actual não lhe fica muito atrás, pois até declarou que o número de “meios aéreos” era indiferente! E até é verdade, pois se estiveram avariados, como os 3 pindéricos Canadair que temos, tanto faz que sejam 3 ou 3 mil…

Antes, ainda havia algum respeito pelas casas e pelas vidas humanas). E quase só morriam bombeiros (p. ex., os 14 de Armamar ou os 4 de Famalicão da Serra). De 2017 para cá, vai tudo a eito. Fecham-se auto-estradas, evacuam-se numerosas aldeias, boa parte do gado morre queimado. O muito fiável livro, de 2005, de PEDRO ALMEIDA VIEIRA (“Portugal: o vermelho e o negro”, publ. D. Quixote) assinala que nas décadas de 60 e para trás, a média de área ardida era de ca. de apenas 5 mil hectares por ano. Porém, os recordes atingidos depois de 1974 apontam para 426 mil (em 2003), 325 mil (em 2005) e 520 mil (em 2017)…

Eis todas as minhas crónicas sobre o assunto). As duas 1as ainda foram no Jornal de Notícias: “Particularidades do gnomo português” (2-9-1995) e “Muito fogo e pouca vergonha” (24-11-1996). No Diário do Minho escrevi “O mistério dos incêndios e dos eucaliptos” (I e II, em 12-9-2000 e 4-10-2000); “Incêndios, até nos Parques Naturais” (26-9-2001); “Fogos, até fazerem de nós, parvos” (27-9-2oo2); “ Aerotanques com má pontaria e helicópteros incendiários” (15-8-2003); “Cinzas e fumo de vinganças” (17-10-2003); “ Depois do eucalipto, a praga do cipreste” (Mens. Bragança, 14-11-2003); “Cá por mim, preferia os pastores com telemóvel” (24-4-2004); “Feuerwehr”, um exército contra o fogo” (4-8-2004); “ Um verão com 4 Olimpíadas” (31-8-2004); “ Já passou, meu menino, já passou” (7-12-2004); “ Morrer para salvar um eucaliptal” (23-3-2005); “Incêndios “ad libitum”, de Braga a Guadalajara” (30-7-2005); “ Boa propaganda salazarista, os fogos “ (30-8-2005); “Entre a cinza e o verde, você decide” (21-8-2006); “ Agosto trouxe duas ideias novas “ (5-9-2006); “Grécia e Sabor, companheiros de armas “ (5-9-2007); “Fogo, ou eólicas e barragens, qual o maior impacto?” (29-8-2010); “Arde outra vez, a nobre serra dos Passos” (27-8-2013); “2013, ano do desastre ambiental transmontano” (22-10-2013); “ Hoje, vale mais ser incendiário que toureiro” (9-9-2014); “ Pau queimado, pau do Estado” (23-8-2016); “ 23 anos a” chover no molhado” (6-9-2016); “Seis medidas para acabar com os fogos florestais” (8-8-2017); “Incêndios, um assunto principalmente criminal” (31-10-2017); “ Proibir os incêndios, isso sim, não as touradas” (21-8-2018); “ Austrália, Califórnia e Amazónia, esses” novos Portugais” (31-1-2020); “ Fogosas comemorações de Amália, no Fundão” (17-8-2020); “ Afinal, o inimigo estava cá dentro de portas” (26-7-2022); “A contínua destruição da paisagem transmontana” (9-8-2022); “ Marcelo em Murça, eólicas em Mirandela” (10-1-2023); “ Incêndios, um repentino regresso ao passado” (8-10-2024); “ Muitos pastores municipais e muitos rebanhos” (17-6-2025). Qualquer destes artigos pode, penso eu, ser consultado na Internet, no arquivo digital do Diário do Minho.

Eduardo Tomás Alves

Eduardo Tomás Alves

26 agosto 2025