Por tempos onde a Academia, a Universidade e o Ensino Superior sofrem de alguns cancros incuráveis - económicos, sociais, políticos e culturais, já para não falar na sanidade mental doutros tantos “cientistas” frustrados e de mal consigo próprios -, apresentamos, também por este meio, as nossas profundas condolências a Familiares e Amigos pela partida do meu saudoso e nosso Senhor PROFESSOR, investigador e jurisconsulto, Doutor Mário Júlio de ALMEIDA COSTA (Vagos-Aveiro, 20/10/27-6/8/25). Cuja Alma Mater era também a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Recordo durante as aulas a sua Cultura Jurídica interminável transmitida sempre com elegância estética. Como se de uma Arte se tratasse, quando na realidade é Arte. O Sr. Professor Doutor Almeida Costa estava sempre muito bem vestido de fato e gravata ou de blazer, com sapatos e calças a condizer. Pois vestir bem, para quem pode, não é vaidade, é um respeito pelos outros. Tinha uma densa expertise, dom da oratória e retórica na História do Direito, Civil e Obrigações ou Contratos. Era o último Ministro (da Justiça, 1967/68) vivo dos Governos do Prof. Doutor António de Oliveira Salazar (Santa Comba Dão, 28/4/89-27/7/70, Lisboa), cuja Alma Mater era também a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Igualmente foi Ministro do Prof. Doutor Marcello (José das Neves Alves) Caetano (1968/73), nascido a 17/8/06 em Lisboa-26/10/80, Rio de Janeiro. Exerceu cargos de relevo, como: Presidente da Câmara Corporativa, Conselheiro de Estado, Vice-Governador do Banco de Portugal, etc.. Integrou a Comissão Instaladora da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, onde aliás um seu filho lecciona hoje o Direito e Processo Penal, o também muito querido Prof. Doutor António Manuel de Almeida Costa. Depois de ter leccionado também na Universidade de Coimbra. Sim, foi precisamente o Filho, Prof. Doutor António Manuel de Almeida Costa que foi recentemente queimado na praça pública pela “inquisição do wokismo dos bem-pensantes e donos-da-verdade”. Incluindo uma certa média que julga que nasceu para ter razão em tudo o que for contra as suas ideias totalitárias e extremistas. Almeida Costa (Filho) não foi eleito para o Tribunal Constitucional porque foi alvo dum ataque cobarde, “era um conservador de direita avesso ao aborto, entre outras coisas”. Em 31/5/2022, a Rádio Renascença, entre outros média, noticiava que “António Almeida Costa está envolto numa polémica relacionada com declarações sobre aborto e liberdade de imprensa. / O professor universitário está ligado a várias revisões do Código Penal e é membro do Conselho Superior do Ministério Público”. Vale sempre a pena lermos o Dr. José Ribeiro e Castro sobre este assunto e a intervenção reaccionária contra o art. 13º da Constituição duma putativa deputada constitucionalista, Diário de Notícias, 26/5/22, “O assalto ao Tribunal Constitucional” https://www.dn.pt/arquivo/diario-de-noticias/o-assalto-ao-tribunal-constitucional-14891846.html . O Prof. Doutor Mário Júlio de Almeida Costa viveu com excelência o pós-25 de Abril. Também leccionou nas Universidades Católica, Lusíada e Lusófona, etc.. E pertenceu ao Conselho Superior do Instituto Universitário Europeu, Florença, Itália. Foi Professor Honorário na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil. Em 2002 foi eleito Presidente da Assembleia Municipal de Vagos. Foi Membro da Academia das Ciências de Lisboa, Academia Portuguesa da História e da Sociedade de Geografia de Lisboa. Tem desde 9/10/1970 a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo e depois a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, Brasil. Deixa vasta obra técnica publicada, designadamente nas áreas da História do Direito Português e do Direito das Obrigações ou Contratos. Por fim, mas não por último, recordo também o seu bom gosto na escolha dos automóveis, os quais se destacavam perante o olhar atento da Capela de Nª Srª da Conceição, sita nos Paços da Universidade de Coimbra, o Paço Real da Alcáçova de Coimbra! Carpe diem
Ao Prof. Doutor Almeida Costa, último Ministro vivo de Salazar

Gonçalo S. de Mello Bandeira
15 agosto 2025