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Realismo ou ilusão, eis a questão!

O meu bom amigo Zé é um desafiador nato. Alguns até dizem que é mais “venenoso” (troll) do que desafiador. Eu avalio o amigo Zé como uma boa mistura desses dois “ingredientes” em proporções mais ou menos equilibradas. 

1 - Dizia, então, o meu amigo Zé num comentário pelo WhatsApp dirigido ao amigo António com referência bem expressa:

Lembras-te, António, que tínhamos um amigo que criticava tudo o que o governo socialista fazia! Agora vê: temos problemas graves no INEM e ele cala-se. Temos greves nos Procuradores e ele nada diz. Temos presos a fugir da cadeira e ele está calado. Temos urgências encerradas e ele nem pia. Temos crise gravíssima na Habitação e ele nada refere. Conclusão a tirar: será hipocrisia? Será má-fé? És capaz, amigo António, de dar uma simples resposta? 

De facto, os problemas que o amigo Zé aponta são, infelizmente, verdade. Tudo verdade e muitos mais problemas poderiam ser referidos. São tantos que é difícil enumerá-los. Também é verdade que foi este estado lastimoso do país que os neo-socialistas deixaram nas suas governações. Esta última, do dr. Costa, foi marcada pela arrogância, pelas cativações, (Saúde, Educação uma lástima), pelas contas certas (ah! ah! ah!)) e por uma demissão inédita e sem explicação. 

2 - Na matéria de falhas, de dificuldades, de decisões erradas, de adiamentos, de medidas avulso, de casos e de casinhos não custa nada acertar no alvo. Está mesmo a dois dedos de distância. Ou seja e sem evasivas, o principal responsável desta agenda depauperada que levou o país a estar tão fragilizado e as pessoas tão carentes e tão desesperadas por verem as suas necessidades básicas e constitucionais não satisfeitas tem um nome: António Costa. Ele e só ele. Teve nas suas mãos todas as condições económicas, sociais, políticas, sindicais para brilhar e retirar o país da pasmaceira dos problemas. O amigo Zé não pode esquecer os oito anos e meio dos governos neo-socialistas. Não pode, não! Também não pode esquecer as promessas veladas na Saúde, na Educação, na Segurança, na Habitação que foram feitas. O desmantelamento do SEF e o escancarar as portas à Imigração, as cativações até à exaustão bem à moda salazarista foram outras práticas costista que Montenegro terá que remendar.

3 - Respondi, contudo, ao meu amigo Zé com a narração de duas histórias familiares verídicas. A primeira história refere-se a uma família muita rica de Merelim São Pedro que passou ao estado de miséria extrema, porque o “chefe de família” se meteu onde não devia: na jogatina do casino. Destruiu toda a riqueza e nunca mais essa família recuperou a condição perdida. A segunda história refere-se a uma outra família que nada tinha, quando se constituiu, e que mercê de muito trabalho, coragem, arrojo, visão criou uma empresa, há 85 anos, dando a possibilidade aos seus herdeiros de terem uma vida desafogada e com sucesso empresarial. A família já vai na quarta geração sem que nenhum elemento familiar tivesse fraquejado. 

4 - A primeira conclusão, amigo Zé, é óbvia: o sucesso de uma família, de uma empresa ou de um país depende grandemente de quem está à frente dessas instituições e da forma como faz a respectiva governação. Se for com responsabilidade, arrojo e rigor, temos país. 

A segunda conclusão também me parece óbvia. Quando os neo-socialistas saem da governação (Guterres, Sócrates, Costa), deixam sempre um rol de penachos muito complicados para serem resolvidos. Foi assim na Saúde com as listas de espera e com valências especializadas fechadas; foi assim com a Educação com milhares de alunos sem professor; foi assim com as alterações do SEF em AIMA; foi assim com as centenas de milhares de imigrantes por regularizar; foi assim ...

Conclusão final que é mesmo clara. Os governos não devem, nem podem governar para o imediato. Para a jogatina das eleições. Os governos têm que ter uma postura de estabilidade e de futuro, preocupando-se, essencialmente, em deixar boas condições financeiras, económicas, sociais, sanitárias, educativas para os governos seguintes. Quem deixa berbicachos deste calibre, berbicachos ficarão para sempre por resolver. Venha quem vier para a governação.

Nota final - Portugal só terá futuro com outra estratégia e visão. E com outra responsabilidade. Com baldas, com “10 euritos” e com fretes eleitorais não sairemos da cepa torta. Nunca!

Armindo Oliveira

Armindo Oliveira

27 julho 2025