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A GUERRA DA UCRÂNIA NÃO TERÁ O SEU FIM?

 


 

É natural que muitas pessoas se sintam surpreendidas com a duração da guerra na Ucrânia, promovida por uma potência bastante mais forte, a Rússia, que desde 2022 mantém as suas forças militares em activo, atacando com constantes incursões as tropas do país invadido, causando danos lamentáveis com a destruição de edifícios e também com a morte de cidadãos passivos e inocentes.


 

Uma guerra é, por princípio, um palco de surpresas desagradáveis e mortíferas. Os seus efeitos nem sempre – ou quase sempre – originam situações de imprevisível crueldade e desgaste. Economicamente, obrigam os contentores a desviar bastantes verbas para as exigências militares, engrossando os orçamentos com necessidades bélicas muito rigorosas. Deste modo, a economia de um país deixa de poder render aquilo que era suposto e devido, porque muitas e grossas quantias têm forçosamente de alimentar as exigências que os confrontos exigem.


 

Certamente que os dirigentes russos, ao iniciarem esta contenda, supunham que os conflitos não seriam muito contundentes nem demorados. Putin teve até o cuidado psicológico de evitar o termo “guerra”, quando, em 2022, iniciou os ataques. Era apenas, no seu dizer, uma “Operação Militar Especial”. 


 

No entanto, já lá vai muito tempo e a luta não parece ter fim. Inclusivamente, as tropas invasoras começaram a ser auxiliadas por um grande número de soldados norte-coreanos, o que significa, por parte dos dirigentes de Moscovo, que o concurso de militares estrangeiros, pertencentes a uma ditadura rigorosa, não lhes causa nenhuma inquietação. 


 

Neste aspecto, a invasão russa da Ucrânia transforma-se, de facto, numa desagradável e nefasta “Operação Miilitar Especial”, pois não parece olhar a meios para atingir o seu fim: o importante é que ele seja alcançado.


 

Não desconhecemos que a parte ucraniana tem sido auxiliada por países europeus ocidentais e também pelos Estados Unidos da América. Inclusivamente, parece que o actual presidente desta última nação, que se propôs resolver o conflito rapidamente, começa a ter uma atitude diferente perante as reações de Putin, que quer à viva força não desistir de alcançar os seus objectivos.


 

Temos, assim, uma guerra, que levanta muitas incertezas em relação ao seu desfecho. Gasta-se o dinheiro de dois países – que podia ser empregue para objectivos humanitários de promoção social –, em lutas duras, onde perdem a vida muitos soldados de ambas as partes e ainda cidadãos que são destroçados pelos ataques que destroem as suas casas. Relembrando uma nota recolhida em Fevereiro deste ano, e também tendo em conta os efeitos de propaganda de ambas as partes em luta, os russos afirmaram que já teriam sido postos fora de combate cerca de 30.000 soldados ucranianos, e as autoridades de Kiev calcularem em, aproximadamente, 900.000 soldados invasores. Enfim, todos desejamos que o conflito acabe rapidamente e que o estado bélico não cause mais desgraças para além daquelas que já ultimou.

Pe. Rui Rosas da Silva

Pe. Rui Rosas da Silva

20 julho 2025