twitter

O extremismo terá futuro? Não, obviamente!

 


 

 


 

Os portugueses fizeram a sua escolha política em 18 de Maio. Arrumaram a questão. Espero de vez. Como resultado, não ficaram dúvidas acerca das opções eleitorais votadas. Os campos estão bem definidos. De um lado, a moderação, o sentido de responsabilidade e a vontade esclarecida de dar a este país uma outra alma. Um viver ocidental com respeito pleno pelos valores da democracia. E obviamente pelo bem supremo da liberdade. Do outro lado, a demagogia, uma cultura fracturante e uma vontade indómita de construírem uma sociedade de dependentes do Estado. Por isso, o peso dos extremistas é cada vez mais residual. Não têm massa suficiente, horizontes largos, nem exemplos externos para se orientarem e serem parceiros. Parceiros confiáveis. Ou terem sequer oportunidade para avançar com qualquer proposta razoável para influenciar a governação. Estão reduzidos a quase nada.


 

1 - Ainda não consegui perceber o que querem os extremistas do Bloco de Esquerda, do PCP, do Livre e do PAN no actual contexto sócio-político do país! Da Europa e até do mundo! Qual a estratégia que têm em mente? Quais as causas, porque lutam? Qual o alcance social e económico das suas narrativas demagógicas? Não sei mesmo o que querem! Todos eles são partidos insignificantes, com ideias insignificantes, com actuações insignificantes. Mas, querem ter espaço significante. Não é compreensível que piem sequer com tão insignificantes protagonistas! Onze deputados num universo de 230! Contas feitas, são 4,7% de assentos no hemiciclo. Esta percentagem diz tudo acerca da relevância dos extremistas no quadro democrático nacional. Agora para complicar mais, vai aparecer mais um partido extremista em Setembro: o TU - Trabalhadores Unidos. E pretende ocupar o espaço político dos existentes. Os extremistas andam tontos como baratas tontas. Perdidos. Sem norte, sem chefe, sem ideias, sem futuro. Já deram o que tinham que dar. Estão secos!


 

2 - A democracia tem tido paciência demais para aturar os dislates desta gente. Tome-se como exemplo a moção de rejeição apresentada pelos comunistas. Deu vontade de rir. Claro! Falta de discernimento. Falta de tudo. Três deputados e uma moção de rejeição! O que queriam os comunistas? Com anúncios bem anunciados logo após a grande derrota de 18 de Maio. Isto não é brincar à democracia? A querer desviar o foco das preocupações? Ficou demonstrado o que querem. Querem divertir a malta. Ou querem dizer que existem, não existindo! Uma existência para fazer rir. 


 

4 - Outro partido que está a pagar a factura das brincadeiras e da irresponsabilidade: o PS. Mereceu a hecatombe. Pelo que fez. Pelo que não fez. Pelo que deixou fazer. Pela negação democrática. O PS de 2015 escolheu o caminho errado. E escolheu para a caminhada, uma caminhada táctica, mal projectada e pior preparada, os parceiros errados. Tudo foi errado. O líder foi também um erro. Começou com uma traição. A ganância pelo poder cegou-o. O caminho, como era de esperar, tornou-se pedregoso. E intransitável. Os escolhos foram aparecendo a cada passo dado. Caiu com estrondo no terceiro lanço. Uma queda triste e inglória que deixou mazelas profundas. No corpo e na alma. Agora, o partido está em convalescença e com turras internas. E com confusão suficiente para estorvar quem ganhou na cadeira do Rato. O quadro político aponta para uma recuperação muito difícil. Até o meu bom amigo Zé diz que há riscos do PS desaparecer, tal foi o desastre eleitoral. Assim o quiseram. 


 

3 - Na outra extrema: o Chega. Está a cantar de galo. Tornou-se num ápice no líder da oposição. Mas quer mais. Muito mais. Vamos ver onde vai chegar a ambição de André Ventura. O Chega tem ainda muito espaço para crescer. Tanto espaço que se configura com o tamanho da desilusão que existe na sociedade nacional. A desilusão refugia-se no voto de protesto. Ou seja, no Chega. E o Chega recebe-os com satisfação. O Chega tem uma dívida de gratidão ao dr. Costa. E ao distinto prof. Santos Silva, o tal que iria dar aulas. Foi esta dupla fabulosa que o fez nascer e crescer.

Armindo Oliveira

Armindo Oliveira

13 julho 2025