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Por Seguro

É seguro não correr riscos, pelo menos, não correr mais riscos dos que no passado perturbaram e até inquinaram a vida política. Depende de nós, de cada um de nós. É conveniente prevenir e acautelar, desde cedo, com a maior oportunidade possível. Não pode haver dúvidas, é preciso decidir bem, ainda que alguns se aborreçam. Mesmo que o voto seja numa personalidade e não numa força partidária, há responsáveis que se não podem abster de um pronunciamento claro e atempado. Muitos dos mais leais e que escutam normalmente os ditames das cúpulas aguardam que lhes falem e se a espera é longa ficam impacientes. E os demais fieis gostam sempre de ter uma referência, mesmo que venham a decidir diferentemente.

Tenho boa impressão daquele que desde sábado passado é secretário-geral socialista. Apreciei-o positivamente como ministro da Administração Interna e compreendi-o, enquanto candidato à função de secretário-geral, não tenha logo apoiado a candidatura de António José Seguro. Acontece que, agora eleito, parece pretender refugiar-se no facto das Presidenciais só serem depois das Autárquicas, o que não colhe. A verdade é que os candidatos às primeiras se têm vindo a apresentar, ainda que as candidaturas possam vir a ser mais do que as que estão neste momento no terreno, mormente na área socialista. Mas, José Luís Carneiro vai ter de dizer algo ainda antes das Autárquicas, diria mesmo que, depois da próxima quarta-feira, precisa de dizer o que mais importa de imediato sobre as Presidenciais: que personalidade é que o Partido Socialista vai apoiar ou se, como penosamente fez António Costa, que não apoiará qualquer candidato. A acreditar no que tem passado na comunicação social, a partir da próxima semana pode haver dois candidatos da área socialista em disputa, mas pode também continuar António José Seguro sozinho. O normal seria que numa situação ou noutra o secretário-geral socialista viesse a público pronunciar-se. Se o não fizer estará penosamente a abster-se, a deixar andar. Pode ser a forma de se refugiar das críticas dos barões que ainda escutam António Costa, o homem que atropelou há uma década o agora candidato ao Palácio de Belém. Talvez José Luís Carneiro não queira abrir brechas, ainda que as sondagens tenham dito que o candidato das bases socialistas seja mesmo Seguro.

Não vai ser seguramente José Luís Carneiro a impedir que se fale de Presidenciais e não de Autárquicas. O momento para falar daquelas já começou e vai estar na ordem do dia. Das Autárquicas falar-se-á só depois do período estival. É verdade que as últimas vão chegar primeiro do que aquelas, mas são as Presidenciais que agora mais se discutem, por terem a ver com o país como um todo e com a escolha daquele que será o mais alto magistrado da Nação. Não deixa de ser estranho que o partido que mais tempo foi maioritário em termos de representatividade dos cidadãos esteja a alhear-se do que se passa e, pior, pretender estar contra a corrente, o que é próprio de partidos com representatividade política insignificante.

Não sou socialista, nem quero sê-lo, ainda que uma vez, como aqui admiti há algum tempo, tenha votado no Partido Socialista apenas com um olho aberto para ver o quadradinho do boletim de voto. Mas, o meu candidato à Presidência da República é, já sem qualquer dúvida, António José Seguro. É o melhor dos candidatos que se apresentaram e ainda mais dos que se fala poderem vir a mostrar-se, pela diversidade da sua experiência política e por se apresentar depois de um distanciamento temporal significativo das lides partidárias. É que o Presidente da República deve ser, para além de experiente, moderado e moderador e o mais isento possível para ser mesmo Presidente de todos os Portugueses. Estou em crer que a maioria dos Portugueses acabará por considerar António José Seguro o melhor candidato e lhe entregará a exigente missão de presidir aos destinos do país. Se isso não vier a acontecer, Seguro não perderá só, perderá também o Partido Socialista, ainda que possa não apoiá-lo. Por seguro, este já devia ter dado àquele total apoio. Nenhum outro candidato da área socialista terá melhores condições para ganhar a eleição. Não sei por que espera José Luís Carneiro.

Luís Martins

Luís Martins

1 julho 2025