Noto existir algum inconformismo pelo facto de o país ter mudado o sentido de voto. Assim sendo, como é que a liberdade e a democracia podem estar em perigo se foi essa a escolha democrática dos eleitores? Ou será que elas só estão a salvo quando o outro lado da bancada Parlamentar vence eleições? A mesma ala que pragueja contra o extremismo e o populismo, mas se cala sempre que pactua com os radicais do seu ideário político. E não vai há muito tempo que isso aconteceu, sem que tivesse notado qualquer motivo de preocupação. Ou já terá esquecido os quatro anos de geringonça que, antes do amuo, governou Portugal?
Não foi durante essa “santa aliança” que muitos dos opinion-makers, avençados das televisões e imprensa, que hoje dizem cobras e lagartos da escolha vigente, achavam estar o país no caminho certo e na paz do Senhor? Aí, até parecia que esta terra lusitana ia de vento em popa no colmatar das carências nos serviços públicos e das reformas de que o país, pelos vistos, continua a precisar. Só que nada disso realizaram.
Mas, afinal, o que fizeram esses partidos aliados pela saúde? Limitaram-se a despejar dinheiro no SNS, à sua ineficácia e má gestão, assim como à degradação dos serviços hospitalares, ao mitigar dos médicos de Família e recursos humanos. A tal ponto, que não só fizeram crescer os seguros, como sistema de saúde privado. Tudo isto, graças à pancada ideológica de uma ex-ministra (agora eurodeputada) que o deixou à beira do caos. Tudo à custa da velha conversa de que o setor empresarial privado quer é secar o público, ainda que os pacientes fiquem sem cirurgias, consultas e exames, a não ser que decidam pagá-los do próprio bolso.
Lembremo-nos do que fizeram à educação, ao longo de 30 anos, os supostos donos d’Abril e da democracia que estiveram no poder; da saga dos seus dois últimos ministros woquistas que inundaram as escolas públicas com as teorias do género e o fomento de casas de banho unissexo, como se tal fosse primordial na aprendizagem de tenras mentes.
Isto, sem esquecer as provocações fraturantes lançadas por essa insana gentalha à sociedade, gerando nela divisão e ódio, depois de saber ser ela de maioria católica. Sabem, mas borrifam-se não só para isso, como para os elementares valores intrínsecos ao ensino das nossas crianças e jovens. Pouco se importando com a amálgama de matérias, malparidas, que lhes selecionam.
Onde estavam estes alarmistas, quando os governos socialistas negligenciaram a construção de habitação, pouco fazendo para minimizar a sua falta? Não os vi aviltados! Antes, enconcharam-se perante o escancarar de portas a muitos milhares de imigrantes, sabendo não haver serviços de apoio para os orientar, nem tetos com condições dignas para os abrigar. Antes, tenho-os visto, assim como aos seus extremos a servirem-se deles como escudo às investidas políticas que vão fazendo.
De que adianta a tais “velhos do Restelo” andarem a berrar que o neonazismo anda em cada rua e esquina do nosso país, se é débil o poder judicial? Por que não se indignaram quando um ex-Primeiro-ministro, egocêntrico, negou a reforma da Justiça ao líder do 2.º maior partido da altura, dizendo-lhe não contar com ele para nada? Então, só agora é que essas “carpideiras” se lembram dos perigos da extrema-direita? Pois é, adormeceram durante as governanças da sua cor política e só agora acordaram para as severas penas que não há. Porque se as houvesse, serviriam para punir não só os terroristas e criminosos violentos, como os ocupas das casas alheias.
O que temos ouvido não passam de profecias d’ocasião pregadas por profetas do exagero a dizerem que há fascismo à rédea solta. À conta disso, até Putin vê neonazis em Zelensky e nos ucranianos. Já agora, veja-se o que vai na nossa vizinha Espanha onde Sanchéz, aliado aos extremistas e independentistas, anda acossado pela corrupção. É que lá como cá, enquanto uns tentam amedrontar o povo, outros procuram é encher bem os bolsos.