«Deus ama-nos a todos». Quem não se recorda destas memoráveis palavras? Delas depreendemos que a nossa vocação primordial é ser amado por Deus.
E como especifica Jesús Colina – que coligiu este «decálogo» num livro que surgiu cinco dias após a eleição papal –, «uma vez que nos descobrimos amados por Deus, a nossa resposta é amá-Lo e amar os nossos irmãos. O amor é «a lei suprema da vida».
O encontro com Cristo é o coração do Cristianismo. A prioridade da missão só pode ser «comunicar a beleza da fé, a beleza e a alegria de conhecer Jesus».
Em conformidade, a vocação de todo o cristão «é ser missionário, anunciar o Evangelho onde qualquer pessoa se encontre.
Como encontrar Jesus? Desde logo, na oração. «Cristo está presente na Sua Igreja que ora, até porque é Ele quem ora por nós e ora em nós». Está igualmente presente nas obras de misericórdia: «É Ele que as realiza por meio da Sua Igreja, socorrendo os homens com a Sua divina caridade».
No fundo, Jesus está presente na Igreja que peregrina, que anuncia e maximamente na Igreja que celebra. A Eucaristia é o «sacramento mais belo e mais santo pois contém o próprio Cristo oferecendo a perfeição da vida espiritual».
A unidade na Igreja. Ao ser ordenado Bispo, o futuro Pontífice escolheu como lema «In Illo Uno unum», ou seja, «No único Cristo somos um».
Cristo é a fonte e o fundamento da unidade da Igreja. Para a alimentar, é essencial o amor. «Sem amor, não haverá comunhão entre os crentes».
A evangelização são mais que palavras. Proclamar Jesus Cristo requer mais do que palavras; exige uma vida em sintonia com o Evangelho.
Ser cristão significa «viver a fé de modo a que todos vejam no testemunho dos cristãos um estímulo para também quererem pertencer à Igreja de Cristo».
Junto dos pobres e dos vulneráveis. Já o então cardeal Prevost realçava a importância de «uma Igreja pobre, que caminhe com os pobres, que sirva os pobres». Ao mesmo tempo, valorizava a urgência «de estar perto dos que sofrem, tendo um coração como o de Cristo».
Remeteu sempre para a pobreza evangélica, «sem apego aos bens, na dependência de Deus e na abertura aos outros».
Ao serviço do bem comum. Entre as empresas e a sociedade deverá criar-se uma interdependência a fim de que «as políticas comerciais contribuam para a consecução do bem comum».
Além de «valor económico», as empresas são chamadas a gerar «valor social», indo ao encontro das necessidades vitais das pessoas.
A família como lugar de encontro e discernimento. Em 2015, o atual Sucessor de Pedro apontava a família como «lugar de santidade, onde se respira a memória e as raízes».
Neste sentido, ela posiciona-se como instância de discernimento, «que educa para a descoberta do plano de Deus na nossa vida».
Os leigos na Igreja. A Igreja como efetiva comunidade leva Leão XIV a sufragar «o papel que nela desempenham as mulheres, os jovens e os leigos em geral».
Um dos muitos dons que surgiram nos últimos tempos foi «o reconhecimento de que os leigos têm um papel muito importante na Igreja».
Agostinho de Hipona, pai e conselheiro. Depois da Bíblia, Santo Agostinho é o autor mais citado pelo Papa Leão XIV, integrando-se epidermicamente na sua estela espiritual e incorporando medularmente a sua visão eclesial.
«Quando penso em Santo Agostinho, uma das primeiras coisas que me vem à mente é quando ele diz que não se pode ser seguidor de Cristo sem fazer parte da Igreja. Cristo é parte da Igreja: é a sua Cabeça». A Igreja é «o Cristo total»!