Todo o ano a esperar,
Meu S. João, tua festa,
Muitas outras haverá,
Mas nenhuma como esta.
S. João é o de Braga,
Lá na capela da ponte,
Tem o rio a seus pés
E a liberdade de fronte.
Avenida que se enche
Na noite de São João,
Onde o povo canta e dança
A chula, o vira e malhão.
Não há festejo igual
Em Portugal e no mundo,
São João é o de Braga,
Todos sabem lá no fundo.
A esta bonita cidade
Chega todo o folião,
Em dia de romaria
Em dia de Procissão.
Ó meu S. João braguês
Dos pilaretes e afins,
Tem vias esburacadas,
Mas beleza nos jardins.
Nos festejos batistinos
O povo não se divide,
Rodopia junto ao carro
Da dança do Rei David.
Sobe o anjo, desce o anjo
Lá no carros dos pastores,
S. João dá chapadinhas
Aos pequeninos cantores.
Os alhos e martelinhos
Deixam S. João contente,
Mas a todos nós encanta
A “Rusga de São Vicente”.
Saudade d’ Evandro Lopes
De Braga “memorialista”,
Que nos contou tradições
Do Santo João Batista.
Em dia de São João
Anda um cheirinho no ar,
Vindo do “carro das ervas”
E flores do seu altar.
A ponte do rio Este
Ao S. João nos conduz,
Por ela passam devotos
E “Bravos da Boa Luz”.
São João é o de Braga,
Diz o povo convincente,
À espera de eleições
E d’um novo Presidente
Que seja empreendedor
E que tenha outra visão,
S. João, que faça obra
Com menos animação.
Prometer todos prometem,
Juram cumprir a pé firme,
Diz-me cá, meu S. João,
Se já não viste este filme.
Querer mais que melhor
Diz Rodrigues, candidato,
Se é de festinhas que fala,
Meu São João, estou farto.
Eu sou Braga d’apelido,
Diz António socialista
Candidato à Autarquia,
Ó meu S. João Batista.
Vou amar e servir Braga,
Ricardo Silva anuncia,
Sem apoio d’um partido,
São João, é ousadia.
“Capital Portuguesa”
Da Cultura”, São João,
De prémios e distinções
Cá o burgo é campeão.
Aspirar a governante,
Neste país, São João,
Basta ser-se mentiroso,
Chico- esperto e ladrão.
São João a mama é boa
Cá na Nação portuguesa.
Alimentam-se os políticos
Do Orçamento e riqueza.
O S. João sempre traz
Festejos, sol e calor
Ingredientes propícios
Ao romance e ao amor.
Ao soltar o meu balão
Por altura da noitada,
Encontrei, meu S. João,
A minha donzela amada.
Viçoso cravo trazia,
S. João, no seu vestido,
Encantou o meu olhar
E me tornei seu marido.
Em tempos de mocidade,
Em noite de São João,
Já lá vão cinquenta anos
De muito amor e paixão.
Quantas coisas desejadas
Muitas delas conseguidas,
Obrigado, meu Batista
Por tão generosas vidas.
“Bodas d’ouro”, São João,
São p’ra nós uma alegria,
Com a bênção de Jesus
E da virgem Santa Maria.
Dois “manjericos” há
Fruto da nossa união,
Amparai-os nesta vida
Ó bondoso São João.
Portugal anda carente
E só pede a São João,
Inspiração aos políticos
No Governo da Nação.
São João és o Batista
Usa teu saber profundo
Intercede junto a Deus
Para haver paz mundo.
Tanta gente já morreu
Tantas armas a troar
Melhor fora, São João,
Que viessem martelar.
O périplo sanjoanino
Meu santo, vou terminar,
Até p’ró ano que vem
Se o mundo não acabar.