twitter

Fazer política às claras?! Sim, claro!

 


 

 


 

Sempre houve pequenos e grandes casos nas governações nacionais que, pela sua elevada complexidade, intencional obscuridade e natural toxicidade, são depositados nas catacumbas da “vox populi”. Convém, por um lado, referir que o “bom povo”, quando serve as causas da ideologia é considerado inteligente; quando está no outro lado da barricada é ignorante, retrógrado e fascista, como escreveu um dos gurus do comentário luso. O respeitinho aos sábios comentadores é muito bonito! Será?! Tudo seria muito sério, se, o que eles afirmam e defendem, fosse minimamente escutado! E assimilado! Convém também referir que o eleitor nada pode saber dessas maralhas (casos e casinhos) e que a transparência das coisas não se abra diante dos olhos ciosos daqueles que não têm pejo de aclarar os densos nevoeiros que teimam dissipar-se para todos vermos as paisagens inóspitas e verrugosas que se deparam. Por outro lado, quando o “noticiário” chega ao exterior, já vem tarde ou martelado com teorias que se ajustam às percepções de cada um ou que levam orientações das ideologias do tal sistema em decadência.

Os silêncios, na sua versão benigna ou o esconder os imbróglios para evitar o desnudar das broncas, são sempre acções a ter em conta. 


 

1 - Em tudo na vida é preciso ter carácter. Seriedade. Bom senso. Sentido de responsabilidade. Quanto à verdade, não a considero um valor supremo, porque cada um constrói a sua verdade. A verdade percepcionada. E aí se estaciona. Além disso, na terra da Democracia não há santos, nem seria bom que os houvesse. Há muito mexerico e influências bastantes. Artimanhas demais e enredos esconsos. Jogos de bastidores e habilidades manhosas. Contudo, é preciso olhar bem fundo e bem longe, porque o sentido de Estado e a vida das pessoas têm que estar, devem estar, sempre presentes e em primeiro lugar. O que tem acontecido nestas paragens políticas não é bem este quadro social e cultural, o que é lamentável. A percepção que existe é que cada um (político) leve a água ao seu moinho, marimbando-se para a farta levada e verificar se esta vai no bom caminho ou precisa de ser reparada e reorientada.


 

2 - Vem esta conversa toda a propósito da “fuga rocambolesca” do dr. Costa. Já se passaram longos meses do acontecido e da falência inaudita da maioria parlamentar que o sustentava no poder. Um caso inédito na política: conseguir uma maioria absoluta e pôr-se na alheta. O enredo, o verdadeiro enredo, ainda está por contar. A sua incompreensão é total. Tenho dúvidas se algum dia esta triste história sairá das tais catacumbas dos segredos mal criados e pior montados. De facto, e retirada a teoria da conspiração, ninguém percebeu como foi possível um político tão habilidoso, tão ambicioso e tão brutal com os adversários se deixasse apanhar por um parágrafo que não têm pés nem cabeça. Um absurdo político e uma enormidade jurídica. Nesta democracia ainda há fenómenos paranormais que não se explicam. 


 

3 - Na minha tese, o dr. Costa, o maior político de todos os tempos, (ah! ah! ah!) percebeu, por um lado, que o país estava um caco, com os serviços públicos desgraçados e em ruptura. Por outro lado, ele não queria, de maneira nenhuma, perder a soberana oportunidade que lhe ofereciam numa bandeja dourada: ir para um lugar no desejado paraíso europeu. O célebre parágrafo foi bem montado com os protagonistas do esquema: o Presidente Marcelo, como o mentor, Lucília Gago como fiadora e o dr. Costa como beneficiário. Os três ficaram felizes e o povinho da ideologia encolheu os ombros e arregalou os olhos. De espanto, claro!


 

4 - Uma nota final - O governo de Montenegro apresentou o programa que irá orientar o primeiro dos quatro anos da legislatura. Foi aprovado. E a moção de rejeição do PCP foi rejeitada com os votos a favor do Livre, BE, PCP. Acredito na grande capacidade do governo para atenuar os problemas do legado neo-socialista e solucionar outros problemas que complicam a vida das pessoas. Acredito em Luís Montenegro, como líder, para conduzir o país a bom porto, apesar da conjuntura internacional bastante tremida e, até, louca. Acredito que o país vai mudar e vai dar um salto qualitativo na imagem, na eficácia e no bem-estar, sendo a Reforma do Estado, a pedra angular da mudança. Para isso se concretizar, é preciso governar com rigor e clareza, claro! 


 

Armindo Oliveira

Armindo Oliveira

22 junho 2025