O ataque homicida, na forma tentada, pelos adeptos do SC de Portugal ao adeptos do FC do Porto, à luz do dia, diante de todos, em Lisboa, mostra-nos quanto o clubismo doentio determina atos destes que a justiça portuguesa certamente não deixará de punir severamente. Reforço esta ideia: não foi um mero acaso acalorado dessa clubite que desencadeou um ato destes, foi uma operação cuidadosamente organizada: havia grupos de adeptos sportinguistas espalhados por Lisboa para apanhar adeptos do Porto e fazer-lhes o mesmo. Quem ouve e vê as televisões portuguesas, farta-se de ouvir casos de particular violência, a pessoas, à facada. Estamos em estado de alma que permita a chegada dum “ditador” para pôr ordem em toda esta desordem? A verdade é que o povo já grita por ordem e paz. O ataque que um suposto grupo nazi fez a um ator do teatro Barraca, em Lisboa, tem, ao que parece e transparece, uma motivação política. Então aqui o enquadramento é bem pior porque se trata de um atentado direto e implacável à liberdade de expressão. A justiça terá que ser célere na condenação destes senhores para que a semente que se espalha por todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos da América na figura do seu presidente Trump, é uma imagem assustadora de ressurgimento do princípio, “quero, posso e mando”. Isto não é democracia, isto chama-se autocratismo e, como este regime caminha para uma só pessoa, rapidamente se transforma em ditadura; dentro desta medram os oligarcas, isto é, as família ricas que influenciam e sustentam tais governos porque lá se fazem orçamentos governamentais a belo jeito. Pelo que se vai vendo, esta tendência de ter um “milagreiro” da paz social está a tomar proporções alarmantes em todo o mundo e, naturalmente, em Portugal; infelizmente onde mais depressa se copia o mal do que o bem, a adoção é de fácil absorção. Desenganem-se aqueles que cuidam que podem viver numa ditadura com as liberdades de uma democracia. A ordem e o respeito pelas outras ideias também pertencem à democracia; só que aqui não se “albarda o burro à vontade do freguês” O que por vezes faz falta é saber tolerá-los em cada um de nós. Mas se não há liberdade para ganhar no desporto ao ponto de poder morrer queimado dentro de um automóvel, como se poderá viver num país onde se agridem os atores só porque se expressam fora da caixa das ditaduras? Então amanhã podemos ser agredidos num lugar público por emitirmos opiniões. Os díscolos serão recrutáveis com facilidade, não tenhamos dúvidas.