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Gouveia e melo, competente e disciplinado

Tem-se falado e festejado muito sobre a meia centena de democracia vivida em Portugal. Ouviram-se comentários de todas as zonas políticas, bem como os dos comentaristas da praça, das esquinas ensebadas e das mesas-do-café. Ainda hoje se ouve as opiniões abrileiras. Como não podia deixar de ser, todos os comentários/festejos têm os seus apoiantes: uns porque bem-dizentes, outros porque maldizentes.

Ora os bem-dizentes, tranquilizam os mais inseguros, os mais incapacitados e normalmente imprimem uma certa dose de esperança. Os outros, (coitados!) normalmente são críticos sem medula, poderão ser sovas das vielas e das esquinas, poderão ser pincéis que nunca amansam, que nunca se calam, que nunca se saciam de lanças envenenadas, a não ser frente a defuntos e devidamente amumiados. A vida e os homens sempre foram desta têmpera. Somos assim!

Festas da democracia (50 anos dela) e não sei porque festejar. Excepto podermos regozijarmo-nos da liberdade de expressão e de reunião, não sei que mais se pode festejar. Perante o que temos e o que somos, opino que a justiça social falhou e o que somos… sim, somos um país “que pede emprestado”.

Os Partidos políticos muitíssimo pouco fizeram em prol do povo, tudo lhe têm prometido e quando fazem ou dão, deixam somente cair as migalhas que não podem levar para casa.

Os presidentes da República, todos foram banais no exercício do poder e nunca foram verdadeiros motores de arranque ou árbitros que alentassem a democracia conseguida, e o bem económico das pessoas e dos próprios cofres da Nação.

O resultado destas eleições legislativas deste ano de 2025, são a prova do que se afirma: houve testemunhos – através do voto – de certos eleitores esperançosos, testemunhos dos sonhadores do regresso do Estado Novo e outros que ainda pugnam pela cassete da primeira República.

Já esqueceram os Partidos políticos a campanha eleitoral do mês passado. A Comunicação Social também. O podre lançado na campanha e o ódio que diziam sentir uns pelos outros, está sepultado. Os problemas da dívida enormíssima que temos, os problemas essenciais da comunidade, a incerteza do amanhã e a dignidade que se deveria ter, são doenças perigosas que podem passar a doenças crónicas.

Mas já temos um seminovo Parlamento! E vamos ter brevemente um novo presidente da República. E as televisões com os seus comentaristas/especialistas não pararam de esmiuçar até à exaustão todos os candidatos; não arrepiarão caminhos para enfraquecer os cérebros de quem os ouve e vê, pelo que dirão coisas doentes, negarão a cultura de quem lhes paga e perseguirão todas as notícias de ocasião, verdadeiras ou não.

O Almirante Gouveia e Melo, já tem defeitos: é inculto politicamente. Não passa de um militar desfardado; terão os outros candidatos muita dificuldade em o combater nas urnas de voto; é um convencido “salvador da pátria”; é amigo dos maiores ricaços do país e está encostado a políticos que na organização da sua campanha procurarão vinganças e que procurou na sua competência e disciplina militar aproveitar-se do sucesso das vacinações do covid-19, para ser presidente da República.

O Almirante, que ainda não iniciou a campanha, será alvo, porque os especialistas da política não desarmam, de inventarem novos defeitos, novas birras, novas ondas oportunistas do militar-sem-farda.

Por mim, afirmo que todos os candidatos devem ser respeitados. Todos serão presidenciáveis, todos são portugueses e as campanhas que se tornem sérias, com acções possíveis de concretizar e de respeito absoluto pelo povo, pela Nação.

Seriedade e respeito absoluto, desejo-o e tenho tais direitos. Todavia, sei que a perfeição dos candidatos e a seriedade, não são virtudes que abundam em Portugal, e não só. Gouveia e Melo, se pensar não fabricar no futuro – caso seja presidente – a panela dos amigalhaços, dos compadres, das cunhas e se não se deixar “contaminar” pela Maçonaria que já lhe anda a arrastar-a-asa, poderá ser o presidente competente e disciplinado como foi na vida militar.

Gouveia e Melo, Almirante de todos os flutuantes, foi admirado pelo que fez na covid-19. Adquiriu simpatia, foi e ainda é admirado e o povo não esqueceu o militar de camuflado-em-riste, que provou, como lhe competia, que os militares existem para servir e defender o povo, seja contra o que for ou contra quem for. Quem sabe, se poderá fazer esforços para a Espanha devolver Olivença a Portugal!

Salazar, em 1939, quase teve a devolução de Olivença. Só que a II guerra interrompeu tal façanha. E desde aí, nunca tivemos um português de gema, com peitaça e com músculos, que fizesse eco na Espanha e no resto do mundo, para se repor o que a Portugal foi usurpado. Excepção ao General Humberto Delgado que afirmou que se fosse eleito presidente da República iria lutar por Olivença, pela restituição. Mas mataram-no!

Artur Soares

Artur Soares

7 junho 2025