Dizia o nosso Avô materno nascido no Dia de Natal, Sr. Elísio Ferreira Sopas (25/12/1902-2/7/83), republicano convicto, o mais novo de 5 irmãos e 2 irmãs, Vagos, Figueira da Foz, Coimbra, comerciante de linhos e proprietário bem sucedido da Baixa do Porto, sócio nr. 369 do Ateneu Comercial: “O trabalho honrado e persistente, sem desvairadas ambições, faz a nobreza de toda a gente, dispensando outros brasões”. Seu Pai, nosso Bisavô, era o Sr. José Ferreira Sôpas (18/4/1850-22/2/34), cujo oficial “Almanach da Republica”, Districto de Coimbra, 1913, p. 219, descrevia como: “Velho republicano e abastado proprietário no Paião, tem dado provas da sua inquebrantável fé democrática, sempre pronto para todos os sacrificios que o bem do Partido lhe exige. Presidiu a muitos comícios feitos na sua terra, afrontando corajosa e resolutamente as iras da récua monárquica. / Soldado do Partido Republicano Democrático, é vereador da Comissão Administrativa Municipal da Figueira da Foz, sendo bastante admirado pelo seu caráter impoluto e sinceridade das suas convicções.” Como é público, o regime político Republicano foi instaurado em Portugal no dia 5/10/1910. Fruto directo do Regicídio de 1/2/1908. O.s., do assassínio de El-Rey D. Carlos I de Portugal e dos Algarves e do Herdeiro, Príncipe Real, D. Luís Filipe, Duque de Bragança. O Infante D. Manuel, Duque de Beja, ficou ferido. Membros da carbonária executaram tal hedionda tarefa na Praça do Comércio, Lisboa, Terreiro do Paço. A Rainha Dª Amélia de Orleães não foi atingida. Os dois perpetradores foram mortos pelas Autoridades: Alfredo Luís da Costa e Manuel Buíça. Já numa idade adiantada da sua vida, o famoso escritor Aquilino Ribeiro, filho dum Padre (testamento mortis causa), de quem Mário Soares era um grande admirador (filho dum ex-Padre) acabou por admitir que ajudou o Regicídio. A República tem virtudes: igualdade, fraternidade, liberdade. E tem sentido se for democrática. Já o dissemos: entre as piores ditaduras do mundo estão todavia algumas Repúblicas (Res-Coisa Pública) como Irão, Coreia do Norte, China, etc.. E entre os países mais justos e com maior qualidade de vida do mundo estão Monarquias parlamentares e democráticas: Noruega, Suécia, Dinamarca, Reino Unido, Espanha, Canadá, Japão, Países Baixos, Bélgica, etc.. Mas também há Monarquias ditatoriais: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, etc.. I.e., o “factor menos mau de todos”, é a democracia. Que, como alguém disse, “é o pior de todos os sistemas políticos, mas todos os outros são piores ainda”. Neste contexto, convém lembrar a norma da Constituição da República Portuguesa nr. 288º, “Limites materiais da revisão”: “As leis de revisão constitucional terão de respeitar: b) A forma republicana de governo”. Isto é, a 6ª Constituição Portuguesa (com 7 Revisões até 2005) estabelece uma clara ditadura republicana, no sentido que não pode existir uma alteração para o regime político Monárquico, ainda que parlamentar e democrático (o único que estamos a pensar). Ora, segundo o art. 115º/4, a), “São excluídas do âmbito do referendo: / a) As alterações à Constituição”. Uma coisa é proibir o fim da democracia. Outra, diferente, é proibir um regime republicano democrático. Quando todos o bem sabem que, p.e., em 1/25, podíamos dizer que a Presidência da República lusa custa aos portugueses 11 vezes mais do que a Casa Real custa ao contribuinte espanhol!!! A obrigatoriedade do sistema republicano viola o direito, liberdade e garantia previsto no art. 41º da Constituição: “Liberdade de consciência, de religião e de culto”, mas também o desenvolvimento da personalidade previsto no art. 26º. É desproporcional, desadequado e desnecessário proibir em absoluto a reposição de um sistema político Monárquico Parlamentar e Democrático em Portugal: art. 18º. Veja-se a I República em Portugal onde a luta pelo poder levou à podridão e corrupção de todo o sistema político, económico e social. Veja-se o estado actual da falta de vergonha no Interesse Público em Portugal: onde arriscamos a instabilidade e desunião totais. Pois afinal qualquer um pode vir a ser presidente e doutor da mula russa do tráfico de influências e da fraude fiscal.