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Nas próximas eleições serei de novo Candidato contra a Indiferença

 

 

Parece que foi ontem, mas passaram quatro anos quando, a 25 de Abril de 2021, tomei a decisão, que então divulguei na minha página do Facebook, de que seria, em ano de eleições autárquicas, candidato contra a Indiferença. Foi uma decisão inédita, que muitos quiseram acreditar como uma candidatura à Câmara Municipal e que apenas os cabeças de lista, já conhecidos, sabiam não ser verdade. A campanha de comunicação funcionou para além das expectativas, atingindo os objetivos em pleno, mobilizando centenas de pessoas, mulheres e homens, de diferentes idades, de diferentes condições sociais, culturais e de género e de sensibilidades políticas distintas. Nascia um Movimento, em torno de um Manifesto, acarinhado e sustentado pela vontade de cidadãs e cidadãos de fazerem a Diferença. Ontem, como hoje, o Movimento trabalha em torno de dois objetivos: o reforço do exercício da cidadania política ativa e o combate à abstenção. Ao longo dos últimos quatro anos, o primeiro daqueles objetivos tem conhecido alguns avanços, mas está longe de corresponder àquilo que se espera de qualquer um: uma maior participação, sobretudo no debate político esclarecido e informado e de preferência dentro dos partidos políticos. Porquê? - É aqui, de forma preferencial, que a ação política melhor se pode expressar e mais pode contribuir para os objetivos que cada uma e cada um pretende alcançar para si, para os seus e para a sua visão de sociedade, de país, de Europa e, claro está, se o entendimento de muitos é que os partidos têm de mudar, estão fechados, continuam longe das expectativas, então nada melhor do que participarem para mudar e ajudar a alterarem o modelo de governação. É isso que eu tenho andado a defender ao longo destes quatro anos e continuarei a fazê-lo nos próximos anos. O tempo tem-me dado razão, sobretudo quando vemos a social-democracia a ser cercada por todo o lado e minada nos seus alicerces, enquanto os responsáveis partidários que nela bebem a diversidade com que disputam o poder político - nas diferentes dimensões do Estado - se digladiam, preferencialmente, com táticas obsoletas, indesejáveis e pouco recomendáveis. Tanto assim é, que o povo, na sua sabedoria, as reprova, ainda que possa escolher alternativas pouco saudáveis à Democracia. É nestas ocasiões, que a humildade, a abertura e a sobriedade se impõem como instrumentos da ação política. O segundo dos objetivos tem feito o seu caminho. Ver títulos nos Órgãos de Comunicação Social a afirmaram que “Braga liderou a redução da Abstenção no país”, no dia seguinte às eleições do último domingo, deve ser motivo de orgulho para os bracarenses em particular e para os minhotos em geral. No próximo dia 28, com a contagem dos votos da emigração, poderemos, com maior rigor, comparar dados da Abstenção com 2024. Mas não haja dúvidas quanto ao comportamento do eleitorado de Braga que, em muitos concelhos, baixou a Abstenção para a casa dos 27 por cento. Nas próximas eleições autárquicas, todos teremos de ser de novo candidatos contra a Indiferença. É que, há quatro anos, a Abstenção foi de 43,06 por cento. Um número que não podemos repetir. Por falar em comportamento, esperemos, que em outubro, a CNE - Comissão Nacional de Eleições, faça melhor o seu trabalho, nomeie representantes nos distritos que conheçam a realidade, para não tomar decisões erróneas como aquela que tomou contra o Movimento, ainda que o seu efeito tenha sido muito positivo: primeiro porque eu continuei a usar a t-shirt, recusando a proibição e segundo porque fez o favor de fazer campanha dando a conhecer os nossos objetivos ao país. Obrigado.

Paulo Sousa

Paulo Sousa

25 maio 2025