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E agora?

 


 

 


 

E agora? É uma boa questão a colocar aos neo-socialistas. Pertinente em toda a sua extensão. Incomodativa para os predestinados que ainda não acreditam no desastre eleitoral. Uma questão a suscitar uma profunda reflexão com a consequente assumpção de responsabilidades dos que falharam. A esquerda falhou. Em toda a linha. Impôs ao longo de oito anos e meio uma agenda social e económica intragável. Radical. Sem substância. Só propaganda. Por isso, levou uma banhada. Incrível? Não. Inesperada? Não. Surpreendente? Também não. A derrocada vinha sendo construída com requinte e malvadez desde 2015. Demorou a mostrar a sua verdadeira face. A face da arrogância. A face dos arautos das igualdades. Das liberdades e da linguagem “woke”. Do Estado Social com a distribuição metódica pelos famintos das ideologias que aplaudiam as migalhas que recebiam. De uma imigração à balda. António Costa, o grande bluff da política nacional, foi o seu “arquitecto”. Ele, no final, conseguiu safar-se. Ele é bom nisso: em safar-se. Desbaratou uma maioria absoluta com a tal habilidade congénita e enterrou o país nos escombros das políticas balofas. Cheio de problemas.


 

1 - Apurados os resultados de umas eleições legislativas que não deveriam ter acontecido, a coligação AD - PSD/CDS, como vencedora clara, vai formar um novo governo. Um governo minoritário como o anterior, é certo. Desta vez, o enfoque governativo tem um cariz muito diferente quer na natureza política, quer na constituição da oposição que vai ter que deixar toda agressividade de lado e passar a ser mais construtiva. Esta será uma exigência social para superar os problemas que existem. E não são poucos. Coesão e inteligência é isso que se pede.


 

2 - Não tenho dúvidas! O novo governo terá “todas” as condições para levar a legislatura até ao fim. Ou seja, a coligação governará quatro anos como lhe compete. É isso que os portugueses querem, esperam e exigem. Chega de eleições e chega de crises. Chega de insinuações e chega de birras partidárias. Chega de amuos e chega de instabilidade. O tempo agora é de governar. De agir. De tomar boas e inteligentes decisões. É tempo de dar a volta por cima aos problemas que afectam grandemente a vida da maioria dos portugueses. É tempo de serenar ânimos, de amortecer a crispação e de responsabilizar os actores políticos que não assumam os papéis que têm nas mãos. Não há mais espaço para lutas estéreis, para inventar e incrementar suspeitas inúteis e de moer a cabeça aos portugueses. 


 

3 - Estabilidade, a palavra mágica da nova política. De uma política exigente, afirmativa e progressista. A AD terá que aplicar, desenvolver e estabilizar com inteligência, assertividade e competência toda a cadeia relacional que acontece na vida política. A AD tem uma grande e espinhosa tarefa nas mãos e num período de tensão internacional elevada, onde os cenários das incertezas, das fragilidades, dos ódios suplantam o diálogo, a abertura e as convergências. A AD tem que provar que é capaz. Tem que colocar os melhores, homens e mulheres, nos ministérios para reformar o país, para dar uma perspectiva, uma vivência mais congruente, mais realista e mais sólida à vida das empresas, das instituições e dos cidadãos. É tempo de arregaçar as mangas e aproveitar os milhares de milhões da União Europeia para recolocar o país nos patamares de desenvolvimento e de bem-estar que nos escapa há décadas. O desafio é enorme, mas vencido, será reconfortante para todos: para o governo, para a vida democrática e para as pessoas. 


 

4 - Eu acredito e confio na capacidade, no arrojo, na determinação de Luís Montenegro. Eu acredito e confio na equipa que escolherá para o ajudar a levar a concretizar os seus objectivos: construir um país melhor e proporcionar um viver mais desafogado e mais justo aos portugueses.

Armindo Oliveira

Armindo Oliveira

25 maio 2025