1. A Conferência Episcopal Portuguesa publicou, com data de 01 de maio, uma nota pastoral denominada «Liturgia Viva da Igreja».
Num olhar superficial pode dar a impressão que nada traz de novo. Mas estou persuadido de que traz. Como sacerdote que sou vejo nela convite a um cuidadoso exame de consciência sobre a forma como celebro (dado o estado de saúde em que me encontro, concelebro) a Eucaristia.
Sublinho «a constante busca da comunhão eclesial, ferida pela situação criada nestes últimos anos», de que resulta a necessidade de «educar para uma Liturgia séria, simples, bela, que seja experiência do mistério, permanecendo, ao mesmo tempo, inteligível, capaz de narrar a perene aliança de Deus com o seu Povo. E ao mesmo tempo, experimentar uma harmonia entre a Palavra e o Sacramento, ou seja, entre a palavra, o canto, o silêncio e o rito» (números 11 e 12).
«Há urgente necessidade de educar para a ars celebrandi e para a beleza da Liturgia. A arte de celebrar não pode contemplar só a execução fiel das rúbricas e normas litúrgicas, mas a capacidade de interpretar o programa celebrativo segundo as exigências da fé e da comunidade cristã», lê-se no número 20».
2. A Nota salienta a importância do Missal Romano e demais livros litúrgicos. Estes «são o primeiro e o essencial instrumento para a digna celebração dos mistérios, além de serem o fundamento mais sólido para uma eficaz catequese litúrgica».
Se isto é verdade para cada livro litúrgico, tanto mais o é para o Missal, uma ‘coleção’ de livros incluindo, além do Sacramentário e do Antifonário, os Lecionários, que na nossa edição em língua portuguesa são oito volumes (número 15).
3. O número 25 refere-se aos gestos e atitudes durante a Missa:
«Os fiéis deverão estar» (sempre que possível, acrescento):
– de pé desde o canto de entrada até à oração coleta, incluída;
– sentados durante a primeira e segunda leitura e o salmo responsorial;
– de pé desde a aclamação ao Evangelho até ao final da aclamação após a proclamação do Evangelho;
– sentados durante a homilia e o breve silêncio que se lhe seguir;
– de pé desde o início da profissão de fé até à conclusão da oração universal ou dos fiéis;
– sentados durante a apresentação e preparação dos dons, pondo-se de pé para a incensação da assembleia;
– de pé desde a oração sobre as oblatas até à epiclese sobre os dons (gesto da imposição das mãos);
– de joelhos, se possível, desde o início da epiclese que antecede a narração da instituição (gesto da imposição das mãos) até ao final da ostensão do cálice;
– de pé desde a aclamação Mistério da fé até à comunhão da assembleia, incluída;
– sentados, se for oportuno, após a Comunhão da assembleia, durante o tempo de silêncio;
– de pé desde a oração depois da comunhão até ao fim.
4. Sobre a Sagrada Comunhão lê-se nos números 27 e 28:
Há «a possibilidade de os fiéis comungarem na boca ou na mão, como preferirem, depois de devidamente esclarecidos, sem imposições ou constrangimento. Esta liberdade de opção dos fiéis só poderá ser limitada, em situações especiais de emergência sanitária ou outras razões graves que o recomendem».
«Os fiéis, devidamente preparados, comungam habitualmente de pé, aproximando-se processionalmente do altar ou do lugar onde se encontra o ministro. Todavia, não deverá ser recusada a comunhão aos fiéis que a desejem receber de joelhos.
O comungante recebe o Pão eucarístico na boca ou na mão, como preferir. Quem o receber na mão, estendendo ambas as mãos em direção ao ministro (uma mão sobre a outra mão) para acolher com um gesto de reverência e respeito o Corpo de Cristo, levá-lo-á à boca diante do ministro ou deslocando-se ligeiramente para o lado de modo a permitir a aproximação ao fiel que se lhe segue. Haja a máxima atenção e cuidado para que não caiam por terra quaisquer fragmentos do Santíssimo Sacramento».