Aforismo popular, que nos perspectiva e nos afiança que “quem prejudica os outros deliberadamente, está, na verdade, a semear o seu próprio destino”. Nem mais!
1 - A reciprocidade procedimental assusta os neo-socialistas. Coloca-lhes os nervos em franja, porque já se aperceberam que poderão engolir o “veneno democrático geringoncista” que injectaram nos outros. A primeira dose já foi administrada nos Açores. E com sucesso! Pensavam eles que o que fizeram com a criação da geringonça não poderia mesmo ser revertido ou repercutido pelos outros partidos, em particular, pelo PSD. Os neo-socialistas convenceram-se e ainda se acham, depois de 51 anos do 25 de Abril, os donos da democracia e podem fazer tudo o que lhes dá na real gana que os outros baterão a bola baixinho.
2 - Em 2015, o habilidoso Costa criou a geringonça, pensando que esta coligação negativa se iria manter por tempo indeterminado. Enganou-se e nem a maioria absoluta o protegeu da incapacidade que demonstrou nos oito anos e meio que liderou o governo. António José Seguro, afinal, tinha toda a razão, quando lhe disse, na cara, num debate televisivo que eu vi, que ele, o Costa, era um bluff. As palavras de AJS confirmaram-se na sua plenitude, deixando um legado governativo triste e cheio de empecilhos. O seu legado (mais ambição) foi trabalhado e acolitado para chegar aos altos quadros da União Europeia, como presidente do Conselho Europeu.
3 - A partir de 18 de Maio, apurados os resultados eleitorais, poderão surgir dois cenários e uma só representação. O primeiro cenário: o PSD ganha nas urnas com maioria absoluta e o assunto está resolvido. O PSD ganha com maioria relativa e formará governo com o risco eminente do fado anterior repetir-se. Ou seja, tempos depois o governo cairá como aconteceu na última legislatura. O segundo cenário: o PS ganha as eleições em minoria (improvável), formará governo que cairá logo de seguida como aconteceu em 2015 com Passos Coelho. Uma só representação: quer ganhe, quer perca, o PSD vai governar o país. Só ou coligado.
Em jeito realista, é mesmo preciso que o PSD tenha maioria absoluta para o país ter estabilidade política, condição fundamental e inadiável para o desenvolvimento, para a coesão social e para resolver os problemas existentes na Saúde, na Educação, na Habitação, na Emigração e outros que o legado amarfanhou no viver dos portugueses.
4 - Outro procedimento anómalo na perspectiva neo-socialista vai na linha das denúncias anónimas. Se a denúncia anónima for para atingir o PSD ou um dos seus militantes de topo é bem vinda e perfeitamente normal. Ou seja, a denúncia a Luís Montenegro é aceitável, já que incentiva o Ministério Público a investigar à procura da verdade, nem que seja a tal verdade alternativa. Se a denúncia anónima incidir sobre o PS ou sobre um dos seus militantes de topo, como é o caso do envolvimento de Pedro Nuno Santos na compra das duas casas, é uma afronta à democracia e uma vingança mesquinha à liderança de PNS. É notório que PNS entrou em deriva comportamental. Ninguém sabe como vai reagir a este ou aquele caso. Muda de opinião como se muda de camisa. Já não bastava a camuflagem da moderação que lhe impuseram para iludir os portugueses moderados.
Num aparte, eu nunca votaria em alguém, lobo, que vestisse pele de cordeiro, sabendo eu que o dito cujo é o mesmo extremista, o tal que fazia tremer os banqueiros alemães. O incompetente ministro da Habitação, da Ferrovia, dos 3,2 mil milhões de euros da TAP é um “lobinho” e feroz.
4 - Ainda outro procedimento anómalo, este político, vai na linha da CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito. Para adensar e enegrecer a possível e desejada vitória eleitoral do PSD e para ganhar vantagens eleitorais, o PS não se inibe de exibir na praça pública e nos canais televisivos a ameaça e a chantagem de promover uma CPI para averiguar o grau de legalidade e de ética da conduta político-empresarial de Luís Montenegro. Às vezes, PNS assegura que “larga” a hipótese de seguir esse caminho se o líder do PSD der as devidas explicações. Outras vezes, vira de opinião. Hoje, agita esse “fantasma”. Amanhã, será ele a vítima de uma qualquer CPI que o desgastará como aconteceu com a denúncia anónima que lhe provocou um desnorte notório.
Quem semeia ventos, colhe tempestades. Ou cá se fazem, cá se pagam. Não será assim?!